Roda de conversa pauta nova etapa de Inventário Participativo do Sítio Histórico de Queimado
Seguem a todo vapor as ações para construir o Inventário Participativo das Referências Culturais do Sítio Histórico São José do Queimado, em Serra (ES). A iniciativa busca levantar, descrever e documentar as referências culturais associadas às ruínas da antiga vila que existiu no local, um sítio arqueológico cadastrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O projeto é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre o Iphan e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que tem como objetivo produzir a documentação que irá subsidiar o processo de tombamento do Sítio Histórico e Arqueológico de Queimado. Também contribuem para o inventário a Prefeitura Municipal de Serra, o Fórum Chico Prego e a Associação Guardiões de Queimado.
Diante do isolamento social adotado para combater o novo coronavírus, a construção do inventário vem ocorrendo de forma virtual. Uma série de debates vai acontecer nos cinco próximos sábados. Amanhã, dia 22 de agosto, a programação conta com uma roda de conversa com o tema Queimados: mestres e mestras da cultura popular. Os debates começam às 8h30.
A participação é gratuita e aberta ao público. Para acompanhar basta acessar a página do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi) do Campus Serra, do Ifes.
Além das instituições mencionadas, ajudam a construir o inventário uma pluralidade de indivíduos que têm conexão com o sítio histórico. Poetas, cantores, capoeiristas, pesquisadores, educadores e representantes de entidades civis são alguns exemplos dos que estão engajados nessa missão.
A primeira roda de conversa ocorreu no dia 15 de agosto, e se concentrou sobre os diálogos inter-religiosos. Até 19 de setembro, os debates vão abordar os seguintes temas: problemas ambientais no sítio e estratégias de sustentabilidade; o protagonismo das mulheres; as relações entre poder público e empreendedores na dinamização dos setores econômicos; o engajamento de movimentos sociais na preservação do bem cultural; as memórias dos antigos moradores do Distrito de Queimado; bem como a construção de conhecimento realizada por memorialistas, pesquisadores e educadores para formular narrativas que visem a proteção do sítio.
Esta é uma oportunidade de testemunhar experiências de agentes da cultura do estado no processo de valorização deste bem cultural. Cabe destacar que o sítio preserva matrizes da cultura afro-brasileira.
As Ruínas de São José do Queimado
Na última segunda-feira, dia 17 de agosto, foi entregue a restauração das Ruínas de São José do Queimado. O monumento recebeu uma série de melhorias para proporcionar o acesso de capixabas e turistas a este símbolo da resistência à escravidão no estado. Todo o processo de restauração foi acompanhado pelo Iphan.
Em 1849, o local foi palco da Revolta do Queimado. O movimento eclodiu depois que negros escravizados não receberem a alforria prometida como compensação pelo trabalho de construção da Igreja de São José do Queimado. Entre outros combatentes, Elisiário, Chico Prego e João da Viúva são os protagonistas desta insurreição. Eles lideraram um grande levante que só foi reprimido após a chegada de reforços militares vindos do estado do Rio de Janeiro.
A memória de Queimado não se perdeu no tempo e continua a ser transmitida pela oralidade. Há mais de 170 anos, marcas dos acontecimentos históricos se enraizaram nas práticas culturais e no imaginário social da região. Por isso, o Inventário busca compor uma narrativa plural a partir das lembranças de cada um dos participantes que queira contribuir para a preservação deste Patrimônio Cultural.
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