Centro Cultural da Romaria é entregue à população de Congonhas (MG)
Por meio do Iphan, também serão investidos R$ 6 milhões nas obras do Parque da Romaria na cidade mineira
Construído em Congonhas (MG) no ano de 1932, o Centro Cultural da Romaria foi entregue restaurado nesta segunda-feira, 23. O prédio recebeu investimento de R$ 6 milhões por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo e à Secretaria Especial da Cultura. O projeto ainda inclui a construção do Teatro Municipal, totalizando um valor de R$ 19 milhões investidos na cidade mineira.
“O Governo Federal, mesmo em meio aos impactos da pandemia de Covid-19, manteve a agenda de investimentos no país, entendendo a essencialidade de se aprimorar as condições de infraestrutura, incluindo os nossos destinos turísticos”, destacou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Os novos espaços vão compor a chamada “Cidade dos Profetas”. Anualmente, Congonhas atrai milhares de pessoas em peregrinação religiosa e amantes da arte barroca, visto que a cidade tem a assinatura do escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. As obras consistiram na restauração do Centro Cultural da Romaria e na construção do Teatro Municipal, integrados ao Parque Ecológico da Romaria. Foram realizados ainda o calçamento de pisos e arquitetada a infraestrutura elétrica, hidráulica, de áudio e de vídeo.
Erguido em forma circular, o Centro Cultural da Romaria está localizado na alameda Cidade de Matozinhos de Portugal, inserido no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Congonhas, tombado pelo Iphan em 1941. Até o início da década de 1960, o prédio era usado como pousada de romeiros e fiéis. Vendido a um grupo empresarial, chegou a ser demolido, restando apenas os pórticos de entrada do antigo prédio, estruturas essas tombadas pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Mas, em 1995, novamente de posse da prefeitura, o pórtico foi restaurado, com reconstrução de algumas salas, além do Museu de Mineralogia e Arte Sacra e restaurante.
A presidente do Iphan, Larissa Peixoto, afirmou que a iniciativa reforça o papel do instituto na preservação e garantia da história e Patrimônio Cultural do Brasil. “Garantimos a memória da nossa história e do patrimônio daquilo que temos de mais rico no país. É uma forma de devolver à população parte da sua história”, ressaltou.
Parque da Romaria
Nem só de turismo religioso vive Congonhas. Também por meio do Iphan, o Ministério do Turismo vai investir outros R$ 6 milhões nas obras de construção do Parque da Romaria de Congonhas. O parque deve ser entregue no primeiro semestre de 2022 e está sendo erguido entre os principais monumentos da cidade, como o Museu Congonhas e o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos – reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O objetivo é aliar a conservação ambiental a atividades de lazer, culturais e turísticas, com a oferta de um borboleteio, orquidário, trilhas, entre outras atrações. De forma a interligar os espaços culturais existentes, como o próprio Centro Cultural da Romaria, o Teatro Municipal que está sendo construído e o Museu de Congonhas. A cidade, que tem uma população estimada de 55,3 mil habitantes, é cercada por belezas naturais e já conta com o Parque Ecológico da Cachoeira, banhado pela cachoeira de Santo Antônio, e que oferece estrutura completa de lazer, com piscinas, quadras poliesportivas, área de churrasco, camping e lanchonete.
Congonhas é uma das mais de duas mil cidades brasileiras que integram o Mapa do Turismo, iniciativa do Ministério do Turismo que identifica os municípios com vocação turística ou impactados pelo setor de viagens, mapeando as necessidades de investimento e facilitando a destinação de recursos federais para fomentar o setor.
História de Congonhas
Ícone da arte sacra e religiosa, a cidade foi erguida sob a égide de aventureiros em busca de ouro abundante na região. No século XVIII, Congonhas foi um importante centro de mineração e religiosidade, em um período de construção de igrejas – a primeira delas, a de Nossa Senhora do Rosário, ainda no início da formação do povoado.
Quando as minas começaram a se esgotar, o turismo religioso se consolidou, abrigando romeiros de todos os cantos do país, ao mesmo tempo em que se fortaleceu a exploração de minério de ferro. Pertencente a Ouro Preto, Congonhas foi elevada ao status de município apenas em 1938.
A cidade possui um dos mais importantes acervos arquitetônicos e artísticos da arte religiosa mineira. O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, que abriga as estátuas dos 12 Profetas em pedra sabão, é considerada a obra-prima de Aleijadinho.
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