Terreiro no Rio de Janeiro preserva manifestações da cultura de matriz africana

As manifestações culturais de matriz africana são fundamentais para compreensão da história brasileira. A diáspora dos escravos africanos trouxe uma carga cultural intensa. Para manter a memória e salvaguardar essas formas de expressão, a comunidade tradicional de terreiro Ilé Omiojúàrò, no município de Nova Iguaçu (RJ), promove ações de preservação dos saberes e valores da cultura africana por meio do projeto Ilé Omiojúàrò: Patrimônio Cultural, premiado na 28ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (PRMFA), promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As iniciativas que vêm sendo desenvolvidas, desde 1985, têm como objetivo a preservação da ancestralidade por meio da produção de documentários, organização de palestras e saraus, levantamento do acervo de bens móveis e integrados ao patrimônio do terreiro, além de ações educativas. As diversas frentes de atuação são responsáveis por envolver a comunidade e promover esses bens culturais para além dos muros do terreiro, contribuindo para o reconhecimento das manifestações de matriz africana.    

O terreiro foi idealizado pela baiana Beatriz Moreira Costa, conhecida como a Mãe Beata de Iemanjá. Além de se dedicar à comunidade e a preservação do patrimônio, Mãe Beata atua contra o preconceito racial, religioso, político e cultural, mantendo a memória e a tradição africana, em um lugar sagrado de produção de significados e conhecimento. 
 

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