Antiga sede do Arquivo Nacional (RJ) pode se tornar Patrimônio Cultural
Além das fachadas originais, o pedido de tombamento leva em conta a história do imóvel, que abrigou instituições de grande importância para a memória nacional
Na próxima reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, a ser realizada em Brasília, dia 17 de setembro, será votado o tombamento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da antiga sede do Arquivo Nacional, localizada na Praça da República, 26, no Centro do Rio de Janeiro. A proposta de proteção está baseada no valor histórico do bem, que sediou inúmeras instituições de importância para a memória nacional.
As fachadas originais do prédio estão associadas ao período de transição que marcou a passagem da arquitetura da fase colonial para a neoclássica, no final do século XVIII e início do XIX. Originalmente, o imóvel pertenceu ao Barão de Ubá, foi adquirido por D. João VI em 1818, assim que chegou ao Brasil, e passou por diversas reformas ao longo do tempo para adequá-lo a vários usos. O prédio abrigou o Museu Real (1818-1892), depois o Museu Imperial e o Museu Nacional. Com a mudança do Museu Nacional para a Quinta da Boa Vista, em 1892, passou a ser sede da Intendência de Guerra e do Fórum da cidade do Rio de Janeiro. Entre 1907 e 1985, sediou o Arquivo Nacional e foi objeto de uma grande reforma que alterou significativamente suas características originais, sendo sua arquitetura atualizada ao gosto da época.
Na década de 50, o bem contou com outra grande intervenção que o descaracterizou parcialmente. No ano de 1986, o imóvel abrigou a Casa da Moeda do Brasil, que em 1988 repassou o bem para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em 1998, retornou à Casa da Moeda que, em 2009, apresentou um projeto de intervenção para o edifício, já aprovado pelo Iphan, com o intuito de adequá-lo para abrigar um museu e um centro cultural.
Conselho Consultivo
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.
Serviço:
Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Data: 17 de setembro de 2015
Horário: 14h30
Local: Sede do Iphan - SEPS 713/913 Bloco D – Ed Iphan – Asa Sul - Brasília – DF
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