Mais um terreiro pode receber proteção do Iphan

Terreiro Omo Ilê Agbôula, de culto a Egungun, na Ilha de Itaparica (BA).Na próxima quarta-feira, 25 de novembro, em Brasília, mais um espaço que testemunha a resistência do povo de axé, será avaliado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na pauta da última reunião do ano, o terreiro Omo Ilê Agbôula, de culto a Egungun, na Ilha de Itaparica (BA), consta entre os bens a serem avaliados para receber proteção federal. 

O Terreiro foi fundado em 1940 e tornou-se o primeiro do Brasil a cultuar os Egunguns - os ancestrais masculinos. O local da fundação do terreiro hoje é a Igreja Nossa Senhora das Candeias, mas ainda existem remanescente dessa primeira ocupação (1940-1942), como a casa de Exu, que de acordo com a tradição, não quis sair de onde se encontrava quando o terreiro foi transferido para outro local. Além disso, existem duas árvores sagradas - gameleira branca (orixá Iroco) e uma cajazeira (culto a Ogun). Esses três marcos, além de serem testemunho da ocupação do terreiro, são lugares sagrados que ainda hoje são reverenciados.

Posteriormente, o Omo Ilê Aboula mudou-se para a área da Mata, que é uma area preservada onde os integrantes da casa colhem as folhas usadas nos rituais religiosos do culto aos Egunguns. Hoje, o terreiro ´=e composto pelo Ilê Awô, a casa do segredo ou simplesmente a casa de Egum, que é considerada a peça mais importante do conjunto de construções num terreiro Egum. Outra parte importante é o barracão, onde são realizadas as cerimônias públicas. 

Tombamento de Casas de Axé
O processo do Omo Ilê Aboula foi aberto em 2002 mas sua instrução foi retomada a partir de um esforço do Grupo de Trabalho Interdepartamental para Preservação do Patrimônio Cultural de Terreiro (GTIT), criado pela da portaria do Iphan n° 537, em 20 de novembro de 2013, substituída pela portaria n° 489, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2015, que vem trabalhando no sentido de elaborar diretrizes de identificação e reconhecimento, como também de gestão, a fim de responder ao passivo de processos de tombamento relativos aos terreiros.

A ação também faz parte do esforço do instituto em cumprir a meta estabelecida no Plano Nacional para desenvolvimento dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana (2013-2015) que estabelece o tombamento de quatro casas de terreiros até o fim de 2015.

Há mais de 30 anos o Iphan vem reconhecendo terreiros como Patrimônio Cultural. O primeiro foi o Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador (BA), onde também foram tombados os terreiros do Gantois, do Ilê Axé Opô Afonjá, do Bate Folha e do Oxumaré. Além disso, há um terreiro tombado em São Luiz (MA), a Casa das Minas Jeje.  E recentemente, o terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, conhecido como Roça do Ventura, em cachoeira (BA).

Conselho Consultivo
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Serviço:
Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Data:
25 de novembro de 2015, às 14h30
Local: Sede do Iphan - SEPS 713/913 Bloco D – Ed Iphan – Asa Sul - Brasília – DF

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