História - Manaus (AM)

Casarões Entorno Porto Manaus

Entre os anos de 1580 e 1640, época em que Portugal e Espanha estavam sob uma só coroa, tem início a povoação europeia na Amazônia. O povoado que originou a cidade sede da Capitania e da Província foi fundada em 1669, na margem esquerda do rio Negro a partir do Forte de São José da Barra do Rio Negro. O forte havia sido construído para evitar a invasão dos holandeses aquartelados no Suriname (ex–Guiana Holandesa) e garantir o domínio da Coroa Portuguesa na região.

O povoado, que se desenvolveu em torno da fortaleza, recebeu o nome de São José da Barra do Rio Negro. Em 1832, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, o lugarejo foi elevado à categoria de vila e, em 1848, a Vila da Barra foi novamente elevada, então à categoria de cidade, com o nome de Cidade da Barra do Rio Negro. A cidade recebeu, em 1856, finalmente, o nome de Manaus, em homenagem à nação indígena dos Manáos (Mãe dos Deuses), o mais importante grupo étnico habitante da região, reconhecido historicamente pela sua coragem e valentia. 

Até 1885, Manaus ainda tinha o aspecto de uma vila, um pequeno povoado espraiado, seguindo a condição geográfica do local, cortado por igarapés, entretanto, desde 1850, com a elevação da Comarca do Alto Amazonas à Província do Amazonas, foi autorizada a navegação a vapor ao longo do rio Amazonas e seus afluentes. Esse fato criou as condições de transporte par a nova fase econômica que viria a seguir. Manaus é um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar - o período da borracha - no qual a exploração do látex proporcionou o surgimento de cidades que são testemunho da ocupação e do desenvolvimento daquela região no contexto do incremento da industrialização em escala mundial. 

Com a Proclamação da República, em 1889, Manaus é elevada a capital do Estado do Amazonas, época em que a borracha, matéria-prima da indústria mundial, era cada vez mais requisitada. O Amazonas, como principal produtor, orientou sua economia para atender à demanda, no chamado Período Áureo da Borracha (1890-1910). Para a história do Brasil, a borracha, como outros produtos, tem seu lugar no tempo. Por meio dela, o Norte do Brasil se tornou um eixo econômico, possibilitando ao país, embora temporariamente, uma supremacia econômica mundial. 

A cidade passou a receber brasileiros de várias partes do país, além de ingleses, franceses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis. Esse crescimento demográfico gerou mudanças significativas na cidade. Com a riqueza gerada pela exploração da borracha, os governantes e comerciantes locais trouxeram da Europa vários arquitetos e paisagistas para a execução de um ambicioso plano urbanístico, que resultaria em uma cidade com perfil arquitetônico europeu, embora dentro da selva.

Em 1890, a "Metrópole da Borracha" adquirira todos os hábitos e costumes das "cidades modernas". A partir de 1892, o governo de Eduardo Ribeiro elaborou um plano para coordenar o crescimento. Manaus ganhou o serviço de transporte coletivo de bondes elétricos, telefonia, eletricidade e água encanada, além de um porto flutuante, que passou a receber navios de diversas bandeiras. A exploração, o beneficiamento e a exportação da borracha são regulamentadas e Manaus torna-se a sede das grandes casas exportadoras. A cidade liga-se diretamente ao mercado internacional e contribui economicamente com 38% das divisas do país. 

Essa situação resulta no edital, em 1899, para execução de obras de melhoramento do Porto de Manaus, a fim de escoar a produção da borracha. O contrato foi fechado em 1900 entre o Governo Federal e a firma B. Rymkierwiez & Cia, entretanto é transferido para a firma inglesa Manaos Harbour Limited, e as obras começam em 1902. O porto foi construído respeitando o fenômeno de cheia e vazante do rio Negro. O ferro aparece com soluções formais próprias - armazéns com chapas onduladas de vedação, o road-way sobre boias flutuantes. Nos edifícios da Alfândega e da Administração a estrutura de ferro está oculta sob vedações de alvenaria, com elementos alusivos a estilos passados. Os armazéns foram construídos de 1903 a 1910. 

 

Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin