História - Belém (PA)

A cidade de Belém (PA) surgiu com a ocupação da foz do rio Pará e da construção do Forte do Presépio e da primeira capela, em 1616, por Francisco Caldeira Castelo Branco e seus comandados. O objetivo era criar um sistema estratégico de expansão do império ibérico nas Américas. Essa ocupação resultou, sobretudo, da política econômica mercantilista praticada por Portugal e Espanha, desde o século XV. O Forte foi erguido na confluência do rio Guamá com a Baía de Guarajá.

A cidadela edificada a partir de uma praça de armas, com os prédios da igreja e da administração imperial, teve o claro propósito de posse e proteção do território. Ao redor da fortificação desenvolveu-se o núcleo inicial da cidade e seu primeiro bairro, atual Cidade Velha. A ocupação orientou-se, também, para o interior e, ao longo do tempo, Belém adquiriu características de cidade portuária. Transformou-se em um polo comercial, funcionando como porta de entrada para Região Amazônica e o elo entre Portugal e o Estado do Grão-Pará.

Até fins do século XVII, Belém tinha uma malha urbana formada por ruas estreitas com quadras compostas por lotes delgados com edificações erguidas sobre o alinhamento dos lotes e sem recuos laterais. Os dois núcleos urbanos haviam se estruturado e eram separados pelo igarapé do Piri (pequeno córrego que interligava o pântano e a Baía do Guajará). Ambos apresentavam uma arquitetura singela, com predominância de casas térreas e a presença de largos em frente aos edifícios religiosos. 

No século XVIII, a Coroa Portuguesa tomou medidas incentivadoras do desenvolvimento econômico, Belém é elevada a sede da capital do Estado do Grão-Pará e Maranhão (até então era São Luís) e surge a Companhia de Comércio do Grão-Pará, dois marcos da política pombalina para a transformação da cidade. O objetivo era não só extrair e comercializar os recursos florestais nativos (drogas do sertão), mas transplantar para a Amazônia o cultivo de cravo, canela e pimenta, relançando Portugal no caminho das especiarias. 

Belém passou, então, a viver um de seus períodos de prosperidade, gerado pela Companhia de Comércio (empresa responsável pela inserção da mão de obra dos escravos negros na Amazônia), que começava a integrar a Região Amazônica à economia do mercado internacional e alcança um ritmo mais acelerado de crescimento com a extração e importação da borracha. A expansão do bairro da Cidade Velha estava “bloqueada” pelo igarapé Pirí, enquanto a Campina adquiria prédios de nova dimensão: sobrados, edifícios públicos e igrejas.

A área urbana se manteria estabilizada até a segunda metade do século XVIII, quando o crescimento da cidade se intensifica com a chegada de engenheiros militares alemães, para desenvolver os primeiros projetos urbanísticos, além do arquiteto italiano Antônio José Landi, a quem é atribuído à introdução do estilo neoclássico, na região. Landi modifica a fisionomia da cidade, ali deixando uma notável obra arquitetônica civil e religiosa. Poucos elementos, entretanto, restaram da arquitetura do século XVIII.

     Praça da Matriz    
 

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