Diamantina

Passadiço da Gloria

A formação da cidade de Diamantina está relacionada à exploração do diamante, embora sua ocupação inicial esteja vinculada à mineração do ouro. Mais tarde, veio a descoberta de diamantes na região – 1714 – e que foi reconhecida pela Coroa Portuguesa em 1730, quando esta emitiu carta régia declarando o monopólio da Coroa na extração dos diamantes. Para ali dirigiram-se paulistas, portugueses e negros, e outros estrangeiros, em busca da riqueza. Nessas terras fundou-se o Arraial do Tejuco.

Se comparada com a forma tradicional das demais cidades mineiras do período colonial, Diamantina diferencia-se das outras. Sua formação urbana está diretamente ligada à Igreja e à Coroa Portuguesa. A Igreja teve função de articulação com o poder econômico privado para as construções de templos; e à Coroa portuguesa – à época ligada à Igreja – coube incentivar e patrocinar os eventos religiosos bem como as construções civis e religiosas. 

A formação do Arraial adotou traçados urbanos diferentes daqueles baseados nos princípios urbanísticos portugueses, em que o poder representado pelas casas de Câmara e Cadeia localizava-se em praças. O centro urbano do Tejuco caracterizou-se por seu padrão irregular, com arruamentos transversais à encosta, marcados por ruas paralelas, e pequenas variações de abertura ou desvio de alguns becos e ruas estreitas e tortuosas, conforme a tradição medieval portuguesa.  

No período de 1720 a 1750, as residências tiveram suas áreas multiplicadas. Os acabamentos melhoraram, ao mesmo tempo que ocorreu uma modificação nas proporcionalidades volumétricas e os pés-direitos aumentaram. A influência da residência rural foi marcante, decorrente da abundância de terrenos. As casas passaram a ter corredor de entrada ou o saguão, quarto de hóspedes, sala de visitas e a varanda de trás. As cozinhas continuaram a ocupar a parte de trás da casa. As janelas ganharam treliças e gelosias, que davam às casas luminosidade interna. A pedra passou a ser utilizada em pisos e/ou escadas, intercalava-se com a madeira dos guarda-corpos e cunhais, sofisticando a herança rural. 

Na passagem do século XVIII para o XIX, os sobrados passaram a dominar a paisagem de Diamantina ao mesmo tempo que a atividade mineradora declinava. Surgiram assim, nesse período, novas ações econômicas e políticas. Já em meados do século XIX a arquitetura religiosa e a civil eram notórias. As inúmeras igrejas distribuídas na tessitura urbana articulavam-se com o casario de vários usos – residencial, comercial e/ou administrativo. 

Com base nessas referências, pode-se indicar exemplares arquitetônicos existentes no Centro Histórico de Diamantina como a Igreja do Rosário, uma das mais antigas do município; a Igreja Nossa Senhora do Carmo – custeada pelo contratador dos diamantes, João Fernandes de Oliveira – que destaca-se por sua torre localizada na parte posterior da igreja. Dentre as construções civis, merece destaque a Casa da Chica da Silva, o prédio onde, hoje, funciona a Biblioteca Antônio Torres – que possui o único muxarabi existente em Minas Gerais –, e o Mercado de Diamantina.

Diamantina foi tombada em 16 de maio de 1938, processo nº 64-T-38, inscrição nº 66, constando do Livro de Belas Artes, v. 1, p. 12.  Em 1999, o Conjunto Arquitetônico da cidade foi elevado à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Diamantina (MG)

  • MG_Diamantina_passadico_da_gloria
    Suspensa sobre a rua, a pitoresca passagem liga dois sobrados históricos e pode ser percorrida por dentro.
  • MG_Diamantina_natureza_e_construcoes
    O centro histórico de Diamantina (MG) está localizado na encosta do lado oposto da Serra dos Cristais.
  • MG_Diamantina_Igreja_de_Nossa_Senhora_do_Rosario
    A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é um dos templos mais antigos de Diamantina. A igreja foi construída no centro de uma ampla praça e dotada de um espaçoso adro revestido de pedra
  • MG_Diamantina_Igreja_e_casario
    As igrejas estão implantadas de forma contínua ao casario, inclusive em suas cores e materiais, favorecendo a coesão do conjunto - Casa da Chica da Silva. Fachada da Capela de Santa Quitéria
  • MG_Diamantina_Casario
    As fachadas dos casarios são bem geometrizadas e seu padrão foi sistematicamente reproduzido pela cidade - Vista da Rua Direita.
  • MG_Diamantina_Casario
    Diamantina possui uma estética sóbria, simples, porém refinada se comparada com outras cidades de sua época - Vista da Praça Joubert Guerra.
  • MG_Diamantina_Casario
    A Arquitetura civil da cidade tem referência especial pela extrema homogeneidade do seu casario - Vista da Rua do Carmo
  • MG_Diamantina_Centro_Historico
    Vista da cidade; em destaque, Igreja de São Francisco de Assis
  • MG_Diamantina_Casarios
    Rua da Quitanda, com vista para a Catedral Metropolitana.
  • MG_Diamantina_Catedral_Metropolitana
    A atual Catedral Metropolitana da cidade foi construída no local em que era localizada a Igreja Matriz de Santo Antônio
  • MG_Diamantina_Mercado
    Feira de produtores nas instalações do Mercado.
  • MA_Sao_Luis_Passadico_da_Casa_da_Gloria
    Um passadiço liga as duas edificações da Casa da Glória, que já abrigou o colégio das irmãs vicentinas.
  • MG_Diamantina_Mercado
    Antigo Marcado dos Tropeiros, construído na primeira metade do século XIX.
  • MG_DIAMANTINA_Casario_na_Rua_Direita_A_Ridel_sd_antiga
    Rua Direita, em foto antiga.
  • MG_DIAMANTINA_Casa_à_Praça_Juscelino_Kubitschek_Antiga(1)
    Antiga Sé; em primeiro plano, edifício atual do Fórum.
  • MG_DIAMANTINA_Conjunto_Arquitetônico_e_Urbanístico_Antiga(2)
    Largo da Catedral.
  • MG_DIAMANTINA_Conjunto_Arquitetônico_e_Urbanístico_Antiga(1)
    Beco Zé do Lota; ao fundo, antiga Sé.
  • MG_DIAMANTINA_Mercado_de_Diamantina_Antiga(2)
    Antigo Mercado dos Tropeiros
  • MG_DIAMANTINA_Casa_de_Chica_da_Silva_(14)
    asa da Chica da Silva, aquarela de José Wasth Rodrigues, 1918
  • MG_DIAMANTINA_Casa_de_Chica_da_Silva_Antiga(1)
    Casa da Chica da Silva, em foto antiga
  • MG_DIAMANTINA_Casa_de_Chica_da_Silva_Antiga(2)
    Casa da Chica da Silva, em foto antiga
  • MG_DIAMANTINA_Mercado_de_Diamantina_Antiga(1)
    Antigo Mercado dos Tropeiros
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Normalistas_do_Col_N_Sra_das_Dores
    Normalistas do Colégio Nossa Senhora das Dores.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Restauracao_Mercado_Municipal__1938_1940
    Antigo Mercado dos Tropeiros.
  • MG_DIAMANTINA_conjunto02
    Torres da Igreja do Bonfim, Igreja de São Francisco de Assis e Catedral.
  • MG_DIAMANTINA_diamantina1
    Praça Juscelino Kubitschek.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_diamantina2
    Igreja de São Francisco de Assis.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Casario_na_Rua_do_Amparo
    Rua do Amparo, em foto antiga.
  • MG_DIAMANTINA_conjunto01
    Atual Fórum; em meados do século XIX, este edifício abrigou a Casa de Câmara e Cadeia.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_conjunto04
    Vista do casario; em destaque, Igreja do Amparo.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_conjunto03
    Vista do casario; em destaque, Igreja de São Francisco de Assis.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_007
    Antigo Mercado dos Tropeiros,
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_006
    Passadiço da Glória.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_005
    Vista do Hotel do Tijuco, de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_004
    Vista da Rua do Contrato.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_003
    Vista da Rua do Amparo.
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_002
    Diamantina MG
  • MG_MAT_DIAMANTINA_Centro_Historico_001
    Vista do Hotel do Tijuco, de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer
  • MG_Diamantina
    Em Diamantina (MG), dois casarões ligados por um passadiço formam a Casa da Glória, atual Instituto de Geociências da UFMG.
  • MG_Diamantina
    A Igreja de Nossa Senhora do Rosário (século XVIII) é uma das mais antigas de Diamantina (MG)
  • Centro Histórico de Diamantina (MG)
    Centro Histórico de Diamantina (MG)
  • Centro Histórico de Diamantina
    O Centro Histórico de Diamantina integra-se à paisagem dessa região mineira, com suas construções do período colonial.
  • Diamantina MG
    Detalhe do casario, à Praça Barão de Guaicuí.
  • MG_Diamantina_Centro_Historico
    Centro Histórico de Diamantina, em Minas Gerais, Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1999
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