História - Marechal Deodoro (AL)

Restauração de patrimônio - Marechal Deodoro

Após a chegada dos portugueses ao Brasil, os franceses também começaram a se interessar pelo pau-brasil. Aportaram em uma praia onde está situada a Praia do Francês, no atual município de Marechal Deodoro, e passaram a vender madeira com a ajuda dos índios Caetés. Para defender a nova colônia, a Coroa Portuguesa dividiu o país em 15 Capitanias Hereditárias e as entregou a donatários que tinham o direito de guardá-las militarmente, fundar vilas e povoados. 

Tinham a obrigação, porém, de pagar impostos à Coroa.  A Capitania de Pernambuco continha o território do atual Estado de Alagoas e, com a divisão, a nova Capitania se desenvolveu com o plantio de cana-de-açúcar, o que levou ao aparecimento de muitos engenhos. O povoado que deu origem a Marechal Deodoro surgiu em fins do século XVI, em 1611, às margens da atual lagoa Manguaba, e começou a desenvolver-se na área do atual Bairro de Taperagua, uma planície em volta do rio Sumaúma e da lagoa, lugar de visão privilegiada que permitia a vigilância sobre o inimigo. 

Em 1630, os holandeses invadiram a Capitania de Pernambuco, mas a sesmaria de Madalena de Subaúma crescia, tendo a agricultura como principal fator de desenvolvimento. Muitos engenhos surgiam, e fabricavam e exportavam o açúcar da região. Nas cercanias da vila, extensas áreas de cultivo da cana-de-açúcar alimentavam cerca de cinco engenhos ali instalados. Com a chegada dos holandeses à vila, em 1633, a população foi torturada, cerca de 100 casas incendiadas e destruída a Igreja Matriz.

Nesse cenário, o quarto Donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte de Albuquerque Coelho, criou a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, em 1636, sob a evocação de Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul, na Sesmaria de Madalena Porto do Francês.  A vila se tornou a mais desenvolvida da época e passou a abrigar a sede da Comarca de Pernambuco. 

A situação econômica da recém criada capitania era destaque, principalmente de duas vilas: a de Santa Maria Madalena (atual Marechal Deodoro) e de Alagoas, atual Maceió. Em 1817, foi desmembrada da Capitania de Pernambuco e, em 1823, após as lutas para consolidar a Independência do Brasil, a recebeu foros de cidade e passou a sediar a Capital da Província.  Em 1839, a capital foi transferida de Marechal Deodoro para Maceió.

O cidadão mais famoso da cidade, Manoel Deodoro da Fonseca, filho do coronel Manuel Mendes da Fonseca e pertencente a uma família de tradição militar, ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro em 1843, com pouco mais de 15 anos. Participou ativamente da guerra entre Brasil, Uruguai e Paraguai, voltando de lá com o título de coronel. Em 1884, foi promovido a marechal e, cinco anos após, no dia 15 de novembro de 1889, liderou a Proclamação da República.

Como primeiro Presidente da República do Brasil, permaneceu no cargo até novembro de 1891, quando, já muito doente, passou o cargo para o também alagoano marechal Floriano Peixoto. Após a renúncia de Deodoro, muitas rebeliões assolaram o país. O Congresso exigiu novas eleições para presidente, entretanto Floriano foi irredutível. Os militares fizeram diversos manifestos pela volta de Deodoro, mas sua saúde piorou e ele morreu em agosto de 1892.

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