História - Mucugê (BA)

Em meados do ano de 1844, um garimpeiro (conhecido como Cazuza do Prado) passou pela região e suspeitou do cascalho existente no rio Mucugê, próximo ao rio Cumbucas. O material encontrado possuía características de um cascalho diamantífero e, naquele dia de São João, as terras altas da Serra do Sincorá começaram a justificar o nome pelo qual se tornaram conhecidas: “lavras diamantinas”. Após a revelação das jazidas, houve uma corrida desenfreada em busca do sonho da riqueza rápida, atraindo para o local uma população de mais 30.000 habitantes, entre 1844 e 1848. Um grande contingente de garimpeiros e comerciantes afluiu para a região e nasceu, assim, a povoação de Mucugê do Paraguaçu. A mineração seguiu o curso dos rios e se expandiu rapidamente pela região.
 
O município está localizado entre os vales dos rios de Contas e Paraguaçu, e ficou conhecido como a primeira localidade baiana onde foram encontrados diamantes de real valor. No local, se instalaram grandes comerciantes de diamantes que se transferiram, pouco a pouco, para a vila de Lençóis, devido à maior riqueza das lavras descobertas em 1845, naquela localidade.

Em 1845, foram descobertos os ricos garimpos do rio Lençóis, que despertaram imediatamente o interesse dos compradores de diamantes instalados em Mucugê. Vieram para a região mais garimpeiros, comerciantes da capital e senhores de engenho do Recôncavo Baiano, com seus escravos. Em 1847, foi criada a Vila Santa Isabel do Paraguaçu, desmembrada de Rio de Contas. A partir de 1871, a importância econômica da vila começou a decair - como aconteceu com outros centros diamantíferos - devido à concorrência dos diamantes da África do Sul.

Com o declínio da extração de diamantes, se desenvolveram - na margem direita do rio de Contas - as lavouras de cana, cereais, algodão e café. Na margem esquerda, onde predominam os “gerais”, foram implantadas as fazendas de criação de gado. Uma nova fonte de recursos para a população surgiu com a extração e exportação de flores dos “gerais”, especialmente a sempre-viva. Em 1886, o município sofreu uma terrível epidemia de cólera, quando houve a conclusão do Cemitério de Santa Isabel que integra o patrimônio tombado. A vila recebeu o nome de Mucugê, em 1917, quando foi elevada categoria de cidade.

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