História - São Félix (BA)
A atual São Félix era, primitivamente, uma aldeia de Índios Tupinambá que, em 1534, possuía 20 palhoças habitadas por pouco mais de duzentos indígenas que negociavam madeira com os franceses. Naquele ano, chegaram os primeiros portugueses para explorar as terras e o comércio de madeira, resultando daí o estímulo ao povoamento com a edificação de casas residenciais e fundação de casas de negócio. Após a ocupação dessas terras e a tomada do monopólio do comércio pelos portugueses, os índios começam a ser escravizados.
A partir de então, iniciou-se a plantação da cana-de-açúcar e a montagem de engenhos. Entretanto, somente com os escravos africanos, a partir de 1549, a lavoura começou a apresentar grande desenvolvimento. Os indígenas despareceram nas matas por horror à escravidão e aos maus tratos, devastaram plantações, provocaram e sustentaram frequentes guerrilhas contra os europeus. Em 1611, os índios atacaram povoações vizinhas, assassinando toda a população de uma delas (São José do Aporá).
O povoado se desenvolveu em função da expansão do Porto de Cachoeira como o ponto de partida da Estrada das Minas, importante rota comercial que seguia para Rio de Contas (também na Bahia) e estados de Minas Gerais e Goiás. Passou a ser conhecido, também, como local para pouso dos tropeiros, transformando-se em importante centro de importação de produtos europeus e exportação de produtos regionais. No século XVIII, a vila funcionou como ponto de transbordo entre vias terrestres e fluviais, e desempenhou, no século XIX, a função de terminal terrestre ligado ao terminal fluvial e à estrada de ferro.
A criação da freguesia do Senhor Deus Menino de São Félix, ocorreu em 1857, e coube ao governador Manoel Vitorino Pereira emancipar a cidade, em 1889, pelo “notável desenvolvimento industrial e comercial que teve o povoado de São Félix”. Em 1890, a vila foi elevada à categoria de cidade. Em 1931, passou a denominar-se apenas São Félix. Ao longo do século XIX, a cidade atingiu o auge do desenvolvimento econômico a partir da produção e industrialização de fumo. Instalaram-se em São Félix as fábricas de charutos Suerdieck, Dannemann, Costa Ferreira & Pena, Stender & Cia., Pedro Barreto, entre outras. O cultivo do dendê e um forte comércio de estivas, secos e molhados também eram importantes na economia e desenvolvimento da cidade.
