História - Laranjeiras (SE)

Depois que as tropas de Cristóvão de Barros arrasaram nações indígenas da região, por volta de 1530, muitos colonos se fixaram às margens do rio Cotinguiba, em terras que pertenciam à Freguesia de Socorro. A presença marcante dos jesuítas, que ergueram a primeira igreja e uma residência conhecida como Retiro às margens do riacho São Pedro - no Vale do Cotinguiba - foi decisiva para fixar definitivamente o povoado, inicialmente denominado Vila de Nossa Senhora do Socorro. Fundada em 1605, Laranjeiras é a segunda cidade mais antiga de Sergipe.

Naquela região, foi construído um pequeno porto onde havia inúmeras e frondosas laranjeiras à beira do rio. Moradores e viajantes começaram a identificar o local como porto das laranjeiras. A movimentação pelo rio era intensa e, logo, o porto passou a ser parada obrigatória. Em torno dele, o comércio ganhou espaço, principalmente com a troca de escravos. Surgiram as primeiras residências e, a partir de 1637, o pequeno povoado das Laranjeiras também sofreu com os ataques e depois com o domínio holandês, durante o qual muitas casas foram destruídas. Entretanto, o porto - um ponto estratégico - foi preservado. Apenas por volta de 1645, os holandeses saíram de Sergipe.

O Porto das Laranjeiras fez retornar o progresso ao povoado que se reerguia com grande velocidade depois da passagem dos holandeses. Em 1701, os padres jesuítas construíram a primeira igreja com convento, no local, à margem esquerda do riacho São Pedro, um pouco afastada do porto. Eles procuravam sossego e deram nome de Retiro, ao lugar. Os jesuítas construíram outra igreja em um dos pontos mais elevados do povoado: em 1731, no alto de uma colina, ergueram a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba, verdadeira obra-prima da arquitetura colonial e um dos mais importantes monumentos arquitetônicos do Estado.

Em 1808, a povoação possuía - na sede e em suas redondezas - um dos mais importantes núcleos de moagem e beneficiamento da cana-de-açúcar, do Brasil. Graças à produção e o comércio de cana, coco e gado, além do grande movimento do porto, Laranjeiras alcançou grande desenvolvimento e realizava feiras que reunia moradores de povoados e freguesias da região. Em 1832, a influência política dos proprietários de terras e comerciantes levou a Assembleia Geral da Província a transformar o povoado em vila independente e anexar o território de Nossa Senhora do Socorro ao de Laranjeiras, que foi elevada à cidade, em 1848. Laranjeiras poderia ter se tornado a capital de Sergipe se não tivesse havido uma manobra política do Barão de Maruim, que transferiu a sede do Estado, antes em São Cristóvão, para Aracaju. 

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