História - Pilar de Goiás (GO)

A partir de 1736, os escravos fugiam de outras localidades e se refugiavam nessa região, onde encontraram uma grande jazida de ouro. Coube ao bandeirante João de Godoy Pinto Silveira, a captura desses escravos que, quando foram encontrados, haviam garimpado uma quantidade razoável de ouro e ofereceram este ouro em troca da liberdade. O arraial surgiu em 1741, no auge do período de mineração do ouro e conserva o mesmo padrão arquitetônico de outras localidades goianas, como Pirenópolis e a cidade de Goiás (antiga Vila Boa). 

Godoy construiu, no local, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar (santa invocada pelos padres da Companhia de Jesus que viviam em uma ilha nos arquipélago dos Açores, colonizado pelos portugueses), da qual era devoto. Começava, assim, a povoação em grande escala daquela área que até então era chamada Papuã (capim marmelada, planta abundante na região, naquela época), pelos quilombolas. 

Com o início da exploração do ouro muitas pessoas vieram de diversas partes da província e de todo o País, mas na região onde havia muito ouro faltava água e garimpá-lo era mais difícil. Segundo a história local, um garimpeiro prometeu à Nossa Senhora do Pilar que, “se naquela região brotasse água para que pudesse trabalhar, ele daria um sino de ouro à igreja. A água brotou e o garimpeiro pagou sua promessa doando à igreja um sino de 900 quilos em cuja liga foi gasta uma arroba (15 quilos) de ouro”. A partir de então, a vila de Papuã passou a se chamar Pilar de Goiás.  

Enquanto as minas de Vila Boa, Meia Ponte e Santa Luzia se esgotavam, em meados do século XVIII, o arraial de Nossa Senhora do Pilar crescia e prosperava. Pilar produziu, em 10 anos, o equivalente a todo o ouro que toda a Província de Goiás produziu em um século. Razão pela qual a administração da província se transferia para ela por seis meses do ano. O ouro transformou o local em um cenário de pompa e riquezas, com frequentes visitas de fidalgos do Reino.

Houve um desenvolvimento surpreendente, decorrente da imensa quantidade de ouro extraído na região, e  o arraial tornou-se freguesia, em 1751, e passou à categoria de vila em 1833. O declínio das minas de ouro, ao longo do século XIX, tornou os habitantes de Pilar dependentes da agricultura e, por estar fora da rota do comércio da região, a cidade ficou isolada durante um século, o que contribuiu para a preservação do seu patrimônio. Entre o patrimônio cultural tombado destacam-se a Casa da Princesa ou Casa dos Dutra e as igrejas de Nossa Senhora do Pilar e de Nossa Senhora das Mercês ou Igreja dos Pardos. 

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