História - Corumbá (MS)
Sua origem decorre da expansão e colonização do oeste brasileiro e da necessidade da implantação de pontos estratégicos militares para impedir o avanço dos espanhóis em busca de ouro. Entretanto, o declínio da mineração na região levou a uma precariedade econômica, agravada pela Rebelião Cuiabana, deixando o povoado em estado de miséria e abandono até o século XIX. O pequeno aldeamento de Corumbá só veio receber atenção, por volta de 1850, em função das relações diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai, pois o Império e o Governo da Província voltaram-se para os problemas na fronteira sul de Mato Grosso, estabelecendo uma ação governamental que determinou a livre navegação do rio Paraguai e, consequentemente, favoreceu e levantou a economia da região.
A expansão do comércio portuário e a ação do mascate fluvial na zona pantaneira proporcionaram riquezas que se caracterizaram pela imponência das casas comerciais, prédios urbanos e o crescente prestígio político do comerciante. Em 1856, foi estabelecido o livre trânsito de barcos brasileiros e estrangeiros no rio Paraguai, o porto de Corumbá com sua posição geográfica privilegiada, logo se transformou no principal entreposto comercial da região e um importante centro econômico, rompendo o isolamento da região. Durante a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), a cidade foi invadida e destruída por Solano Lopez e a navegação comercial interrompida. Após a guerra, Corumbá estava devastada, mas ainda mantinha o seu porto.
Com o fim da guerra, em 1870, imigrantes europeus e de outros países sul-americanos estabeleceram-se na cidade, impulsionando o desenvolvimento de Corumbá, que se tornou o terceiro maior porto fluvial da América Latina com intenso movimento de embarcações estrangeiras. Aos poucos, projetos e investimentos foram realizados mediante o interesse pessoal de comerciantes que movimentavam a economia da região e detinham o poder devido ao comércio importador-exportador. Na época do seu apogeu, funcionavam em Corumbá 25 bancos internacionais e a moeda corrente era a libra esterlina.
Nesse período, foi realizado um plano para construção de grandes avenidas, os traçados em xadrez com “influência do urbanismo sanitarista" do século XIX, organizando nas encostas dos barrancos de forma funcional o seu porto - grandes armazéns, embarcadouros, mirantes - símbolo do poder local. As casas comerciais multiplicaram-se da mesma forma que os edifícios para estocagem e armazenagem de maior porte, construídos na Rua do Porto, às margens do rio Paraguai, próximos da Alfândega de Corumbá.
No início do século XX, com os deslocamentos econômicos ocorridos na região, a cidade passou a priorizar comercialmente a agropecuária, a exploração mineral e o turismo. Até a década de 1950, os rios eram os únicos meios de comunicação da região e a cidade vivia sob a influência dos países da Bacia do Prata, dos quais herdou grande parte dos seus costumes, hábitos e linguagem.