Imigração Japonesa - Iguape (SP)

O Japão iniciou, durante a segunda metade do século XIX, sua modernização na chamada Era Meiji e as transformações realizadas levaram a inúmeras revoltas camponesas e enormes deslocamentos populacionais do campo para os centros urbanos. A vinda para o Brasil era incentivada pelo governo japonês, como alternativa à superpopulação e com a perspectiva de ocupação expansionista, devido à limitação espacial de seu território.  Ao mesmo tempo, o Brasil tentava substituir a mão de obra escrava por assalariados e vivia-se a época da expansão cafeeira.

O primeiro passo para viabilizar a constituição das colônias japonesas no Estado de São Paulo foi dado em 1912, com um acordo firmado entre o governo estadual e o Japão. Houve o compromisso da doação de vasta extensão de terras na região, além da concessão de recursos financeiros e isenção de impostos. Em contrapartida, seriam introduzidas duas mil famílias no Vale do Ribeira, ao longo de um período de quatro anos.

A grande maioria dos imigrantes japoneses eram lavradores que cultivavam produtos agrícolas de seu cotidiano, como o arroz. Eles foram responsáveis pela diversificação da produção agrícola brasileira, principalmente com as frutas e hortaliças. O plantio do chá preto, no país, teve início em 1935, quando Torazo Okamoto, imigrante estabelecido na colônia de Registro, introduziu em suas terras a variedade assam, de origem indiana - mais produtiva e de maior qualidade. 

Okamoto tornou-se o principal produtor e exportador de chá preto do Brasil. Em Registro, as colinas suaves do município, abrigadas das cheias, ofereceram boas condições para o plantio chá, que marcou a paisagem da região. Os japoneses exploraram outro produto típico nas várzeas: o junco, usado para produzir as famosas esteiras e chinelos de fibra natural. O domínio da carpintaria também era uma habilidade de muitos japoneses, técnica secular de sua cultura. 

Eles empregaram seus conhecimentos e instrumental específico na construção das edificações, com ambientes internos simples (poucas divisórias e poucos móveis), onde se destacam-se a estrutura de madeira aparente, bem como o uso de tatames e camas de futtons. O telhado das igrejas tem o desenho curvo, como nos velhos templos orientais. 

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