Cidade de Goiás - Bandeiras e Bandeirantes
As origens da cidade de Goiás estão estreitamente ligadas à história das bandeiras. A que era dirigida por Bartolomeu Bueno da Silva explorou, em 1682, a atual região de Goiás e encontrou ouro próximo ao rio Vermelho, pequeno afluente do rio Araguaia. Mas a descoberta do ouro em Minas Gerais provocou, a partir de 1700, um afluxo de aventureiros para essa região. Apenas em 1721 o filho de Bartolomeu Bueno retornou ao centro do país e funda o arraial de Santana, após ser nomeado superintendente das minas de Goiás. Em 1729, uma primeira capela, dedicada a Santana, foi edificada.
Para tornar o controle das minas mais eficiente, foi criada uma comarca no então vilarejo de Santana, que passou a ser chamado de Vila Boa de Goiás, sob a autoridade de um ouvidor, que era ao mesmo tempo juiz e administrador. Em 1748, foi criada a capitania de Goiás e a vila se transformou em pequena capital. O primeiro governador (1749-1755) da nova capitania, D. Marcos de Noronha, construiu a Casa de Fundição (1750) onde o ouro era controlado, o Palácio (1751) e a Caserna (1751).
Os sucessores foram acrescentando melhorias à cidade. As mais importantes são obras de José de Almeida (1722-1777), que restaurou estradas e pontes, construiu as fontes Carioca e Chafariz de Cauda e abriu o teatro. Já Luís da Cunha Meneses (1778-1783) arborizou a cidade, promulgou medidas de alinhamento das ruas, organizou a grande praça do Chafariz e abriu um abatedouro público. Em 1782, ele elaborou o prospecto de Vila Boa, o mesmo que estrutura a cidade atual, buscando o reordenamento do processo de ocupação urbana.
Com a decadência da exploração do ouro, Goiás entrou num longo período de estagnação. Ela conservou a fisionomia de capital, mas cresceu pouco nos anos seguintes. Tanto que em 1937, foi decretada a mudança da capital para Goiânia. Assim, a atmosfera bucólica da cidade do século XVIII foi preservada: as ruas de pedra, as pontes sobre o Rio Vermelho, as casas em sua maioria térreas, as igrejas simples e, emoldurando esse cenário, os morros com vegetação nativa e o perfil da Serra Dourada. Goiás manteve o equilíbrio entre o patrimônio cultural e o natural, testemunho do binômio Homem-Cerrado em sua correta acepção.