Olinda e a Invasão Holandesa
O donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, escolheu o local para implantação do vilarejo de Olinda de acordo com a tradição mediterrânea das cidades altas, visando defendê-la militarmente. O vilarejo prosperou rapidamente por ser a sede de uma das principais fontes de um produto extremamente valorizado no mercado internacional nos séculos XVI e XVII: o açúcar. Nesse período, ordens religiosas se instalaram: as igrejas e os conventos que elas construíram encontram-se entre os mais antigos do Brasil.
Em 1630, a cidade foi invadida pelas tropas da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que se propunha a dominar a empresa açucareira e comercializar seu produto nos principais mercados europeus. Entretanto, a localização de Olinda distante do porto e as dificuldades para defendê-la contra a reação dos habitantes do país levaram os invasores a abandoná-la em novembro de 1631 e se instalar em Recife. A cidade foi, então, incendiada e suas casas, igrejas e conventos destruídos.
Mesmo restaurado o domínio português, em 1654, a recuperação urbana da cidade foi lenta: a criação do bispado de Pernambuco, estabelecido em Olinda, que desde então havia passado à categoria de cidade, não teve força para fazê-la progredir. Durante o período de 100 anos - da restauração da dominação portuguesa até a metade do século XVIII -, algumas igrejas foram reconstruídas na cidade. Apesar de perder espaço para Recife, Olinda ficou conhecida como palco de conflitos de motivação nativista e libertária, no século XVIII, no processo de independência do Brasil da coroa portuguesa.