Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO)

Criado em 11 de janeiro de 1961, pelo Decreto nº 49.875, o Parque corresponde a 65,5 mil hectares. Localizada entre as latitudes 13º 51’ a 14°10’ Sul e longitudes 47°25’ a 47°42’ Oeste, a área compreende um cerrado de altitude, que abrange vários municípios do nordeste goiano, entre os quais São João d’Aliança, Alto Paraíso, Colinas do Sul e Cavalcante. As altitudes variam de 600 a 1650 metros e abrigam diversas formações vegetais, rochas com mais de um bilhão de anos e cânions de até 300 metros de altura. O clima típico da região é o tropical sazonal, caracterizado por uma estação seca e outra chuvosa. O período seco dura, em geral, de três a cinco meses. Durante a estação chuvosa, podem ocorrer períodos de seca, chamados veranicos.

A Chapada dos Veadeiros é o divisor de águas das bacias dos rios Paraná e Maranhão, afluente mais alto do rio Tocantins, portanto já na bacia Amazônica. Os rios que cortam o parque formam corredeiras encaixadas, quedas d’água e poços profundos. O Preto, também afluente do Tocantins, é o principal curso d’água dentro do parque. Quando as chuvas se intensificam, pode ocorrer um imprevisível fenômeno da natureza: a cabeça d’água. Grandes nuvens, normalmente sem raios e trovões, chegam a tocar o topo das serras do Planalto Central. Ao se encontrarem com as nascentes altas, formam uma forte e imensa onda capaz de provocar inundações. Esse fenômeno ocorre geralmente no rio São Miguel, devido à formação estreita do seu leito.

Nas áreas de reduto do parque, como veredas, matas ciliares, campos cerrados, cerrados abertos e matas de galeria, encontram-se todas as classes de animais e plantas. As árvores possuem, em geral, caules sinuosos, e muitas espécies são cadufólicas, ou seja, perdem as folhas durante a estação seca para economizar água. No Cerrado de altitude, existem fitofisionomias raras como o rupestre (acima dos 900 metros), onde é abundante a canela-de-ema. Além de árvores como copaíba, pau-d‘arco-roxo, aroeira, tamanqueira, jerivá, babaçus e buritis, típicas das partes baixas, antúrios, filodendros, bromélias, e orquídeas, concentram-se nas rochas. Das 6.429 espécies de plantas do bioma cerrado, foram identificadas 1.476 no parque, entre as quais 139 gramíneas, 69 quaresmeiras e 39 orquídeas.

Cinquenta espécies da fauna existentes no parque são classificadas como raras, endêmicas ou sob risco de extinção. Entre os mamíferos, podem ser encontrados o veado-campeiro, a onça-pintada, o lobo guará, atualmente ameaçados de extinção; além do tapeti, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, capivara e anta. Das 30 espécies endêmicas de aves do cerrado, 13 habitam o parque, estando oito ameaçadas de extinção. Entre as aves, destacam-se a ema, o urubu-rei, o tucano-de-bico-verde, o gavião brites e o raríssimo pato–mergulhão, que vive no encachoeirado rio Preto. Mais de mil espécies de borboletas e mariposas e 33 de répteis ocorrem na unidade. Já foram registradas ainda 160 espécies de abelhas, sendo que seis só são encontradas na Chapada. Completam a fauna 49 espécies de peixes abundantes nos rios e córregos que nascem ou passam pela unidade de conservação.

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