Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Fortaleza (CE)

Destacam-se, em Fortaleza (CE), o Teatro José de Alencar (1908), a Casa natal de José de Alencar, o Passeio Público (1880), o prédio da Assembleia Provincial – Museu do Ceará (1857), o prédio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, a Fortaleza Nossa Senhora da Conceição e o Complexo Ferroviário Dr. João Felipe.

Casa natal de José de Alencar – A casa onde nasceu o escritor e romancista José de Alencar (autor dos livros Iracema e O Tronco do Ipê) é um dos bens tombados pelo Iphan, em 1964, na capital cearense. Construída no século XVIII, está localizada no antigo sítio do Alagadiço Novo (arredores de Messejana), em terras que pertenciam ao senador Alencar, pai do escritor. Atualmente, a área pertence à Universidade Federal do Ceará (UFC). Além da casa, subsistem as ruínas de um antigo engenho, o primeiro do Estado a funcionar com energia a vapor. Com piso em tijoleira, possui paredes em tijolo em cal, madeiramento em carnaúba tipo caibro e cobertura em telha vã. É considerada um importante bem pelo seu significado arquitetônico, porque documenta o estágio evolutivo do emprego da carnaúba como material de cobertura nos primeiros anos do século XIX, período provável de sua construção.

Teatro José de Alencar - Com capacidade para 776 pessoas, está localizado na Praça José de Alencar. Construído entre 1908 e 1910, sintetizou ideais de civilização e progresso, do início do século XX, na capital cearense. A primeira reforma ocorreu em 1918, para instalação de energia elétrica e troca do piso de betume do jardim por ladrilhos hidráulicos. Em 1957, as cadeiras austríacas com assentos em palhinha foram substituídas por poltronas de estofamento plástico. Na década de 1970, passou por completa restauração e recebeu um jardim lateral, projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx.

A construção da Praça José de Alencar foi planejada pelo Presidente da Província do Ceará, José Felix de Azevedo, na segunda década do século XIX. O local se transformou em ponto de encontro para os jovens da cidade: com pista de patinação, espaço para as feiras de quermesse, e local de acontecimentos importantes, como as reuniões dos grupos abolicionistas. A Praça é formada de uma área ajardinada, decorada com estatuária de inspiração greco-romana e com o busto de Delmiro Gouveia, considerado o precursor da industrialização no Nordeste.

Passeio Público e Santa Casa de Misericórdia - Nos primeiros anos do século XIX, área atualmente ocupada pelo Passeio Público e pela Santa Casa de Misericórdia, era chamada de Campo da Pólvora ou Largo da Misericórdia. Após a Confederação do Equador, contra o imperador D. Pedro I, passou a ser conhecida como Praça dos Mártires, pois lá foram enforcados, em 1824, alguns líderes do movimento como o padre Mororó e Pessoa Anta. A forca permaneceu no local até 1831. Na metade desse século, o Presidente da Província, Fausto Augusto de Aguiar, escreveu um relatório sobre a necessidade do ajardinamento da Praça dos Mártires, a fim de torná-la um “belo passeio público”. Nos jardins, ainda permanece impávido um baobá centenário plantado pelo senador Pompeu, no logradouro que serviu de palco às cenas de fuzilamento.

Assembleia Provincial - Atual Museu do Ceará. Em 1835, o Presidente da Província, Joaquim Vilela de Castro Tavares, em relatório apresentado à Assembleia Provincial do Ceará, chamou atenção para a “necessidade de uma casa condigna às funções que exerciam os legisladores da Província, visto como a que existia mais parecia edifício destinado às sessões de alguma municipalidade de aldeia”. O edifício foi inaugurado em 1871 e abrigou a Faculdade de Direito, a Biblioteca Pública, o Tribunal Regional Eleitoral, o Instituto do Ceará e a Academia Cearense de Letras.

Solar Carvalho Mota - Construído em 1907, serviu como de residência ao Vice-Presidente do Estado, coronel Antônio Frederico de Carvalho Mota. Dois anos mais tarde, a Inspetoria de Obras Contra as Secas se instalou no local.  Atualmente, a casa abriga o Museu das Secas que abriga fotografias, plantas de açudes e equipamentos sobre a seca no Nordeste.

Coleção Arqueológica do Museu da Escola Normal Justiniano de Serra - Tombada em 1941, a Coleção apresenta vaso de cerâmica indígena (encontrado na Gruta de Ubajara), 68 arcos e flechas, 22 enfeites e machados de pedra indígenas, entre outras peças.

Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) -  Prédio tombado em 1983 e atual Museu de Tecnologia de Combate à Seca, o edifício foi construído em 1907 e reformado entre 1934-1935, quando passou a abrigar a sede da antiga Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas. Trata-se de um exemplar da arquitetura adotada no início do século XX, englobando elementos de diferentes estilos. O imóvel possui dois andares, janelas e portas em arco abatido, a fachada principal com a parte superior decorada por uma balaustrada encimada por pináculos. As janelas superiores da fachada principal apresentam formato em arco e todas as janelas do edifício possuem vedação em veneziana, assim como as do segundo pavimento possuem balcão formado por gradil em ferro, entre outros elementos.

Complexo Ferroviário Dr. João Felipe - Constituído por inúmeras edificações, entre elas o Centro de Controle de Operações, antiga Estação Central de Fortaleza, Chalé, Antiga Casa do Engenheiro de Obras, Associação dos Ferroviários Aposentados do Ceará, Antigo Serviço Médico e Dentário, oficinas de locomotivas a diesel e de carros e vagões, e Armazém Raul Braga. A Antiga Estação Central foi inaugurada em 1873. A atual foi projetada e construída no local do Antigo Cemitério de São Casemiro, pelo engenheiro Henrique Foglare, com a mão de obra dos retirantes da seca de 1877. Em 1946, passou a se chamar Complexo Ferroviário Dr. João Felipe.

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan, IBGE e Prefeitura Municipal de Fortaleza (CE)

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