História - Florianópolis (SC)
No início do século XVI, embarcações que se deslocavam para a Bacia do Prata aportavam na Ilha de Santa Catarina para o abastecimento com água e víveres. Por volta de 1675, o bandeirante paulista Francisco Dias Velho, com sua família e agregados, iniciou a povoação da ilha com a fundação do povoado Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Desterro pertencia à vila de Laguna e desempenhava importante papel político na região. A capela, construída nessa época, sob a invocação de Nossa Senhora do Desterro marcou o local onde está a Catedral Metropolitana de Florianópolis.
Dias Velho prendeu a tripulação de um barco pirata que conduzia prata, confiscando para a Fazenda Real os bens do mesmo, em 1687. Um ano mais tarde, os piratas que haviam escapado voltaram e destruíram as benfeitorias e mataram o fundador. Terminou assim, tragicamente, em 1689, a povoação de Francisco Dias Velho. Quase todos os habitantes do local desertaram - Desterro foi abandonada. Vinte e três anos depois chegou à ilha o navegador francês Amadèe Frèzier e encontrou cerca de 150 pessoas, chefiadas pelo lisboeta Manoel Manso de Avelar. Começou, assim, uma nova fase na ocupação do local.
A povoação de Desterro foi elevada à categoria de vila, em 1726. Cerca de dez anos depois, devido à sua posição estratégica para o domínio português, no Brasil, passou a ser ocupada militarmente. Nessa época, começaram a ser erguidas as fortalezas. Portugal reconheceu a conveniência de fortificar a ilha e tratar do seu povoamento e encarregou, para tal missão, o brigadeiro José da Silva Paes, nomeado governador do presídio local. Em 1738, foi desmembrada da capitania de São Paulo.
Silva Paes iniciou a construção da Casa do Governo, da Matriz e de quatro fortalezas e, em 1748, chegaram os primeiros casais de agricultores açorianos. A agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho floresceram. Nesse período, meados do século XVIII, foram implantadas as "armações" para pesca da baleia, em Armação da Piedade (Governador Celso Ramos) e Armação do Pântano do Sul (Florianópolis), cujo óleo era comercializado pela Coroa Portuguesa.
Em 1777, os espanhóis comandados por D. Pedro de Zebalos invadiram a ilha, que acabou sendo restituída à Coroa Portuguesa no ano seguinte, pelo tratado de Santo Ildefonso que a reconheceu, definitivamente, como domínio português. Elevada à categoria de cidade em 1823, passou por grande modernização política e cultural, com os preparativos para a recepção ao Imperador D. Pedro II, em 1845.
Guerra do Paraguai - Na segunda metade do século XIX, a Vila de Desterro viveu dias de grande agitação por ocasião da Guerra do Paraguai (1864 -1870), para a qual alistou muitos habitantes que formaram o 25º Batalhão dos Gloriosos Voluntários da Pátria. Tornou-se capital da Província de Santa Catarina e houve um período de prosperidade com o investimento de recursos federais, houve a melhoria do porto e a construção de edifícios públicos, entre outras obras urbanas. Após a Proclamação da República (1889), as forças vitoriosas sob o comando do Marechal Floriano Peixoto determinaram, em 1894, a mudança do nome para Florianópolis, em homenagem a esse marechal.
Durante o século XX, a cidade sofreu profundas transformações decorrentes, entre outros fatores, da intensa imigração de alemães e italianos, que se dirigiam ao Vale do Itajaí e à região da Serra Catarinense. Houve o crescimento da construção civil, a implantação das redes básicas de energia elétrica e do sistema de fornecimento de água, além da rede de esgotos. A agricultura e a pequena indústria de transformação deram forte impulso à economia da região e, entre outras iniciativas, a construção da Ponte Hercílio Luz marcou essa fase do desenvolvimento regional.