História – Fortaleza (CE)
Depois de fracassadas tentativas de colonização por Pero Coelho (1603), e pelos padres Francisco Pinto e Luís Figueira (1607), não há registros de novas expedições ao Ceará, até à ocorrência das lutas contra os holandeses, no Maranhão, comandadas por Martins Soares Moreno. Em janeiro de 1612, Moreno instalou, na barra do Rio Ceará, o Fortim São Sebastião e, no ano seguinte, juntou-se à expedição que lutaria no vizinho Maranhão. Retornou, em 1621, e encontrou o forte em ruínas, mas o reconstruiu e tratou de apaziguar os indígenas que guerreavam nessas terras.
Distribuiu sementes e mudas de cana-de-açúcar, além de iniciar a criação de gado, procurando lançar as bases da prosperidade da Capitania. Permaneceu na região até 1631, quando partiu para lutar, dessa vez em Pernambuco, contra os holandeses. O comando ficou a cargo de Domingos da Veiga Cabral e Bartolomeu de Brito Freire. O Fortim, reduzido a estado precaríssimo, foi tomado pela expedição de George Gartsman e Henderick Huss, em 26 de outubro de 1637, sob a responsabilidade do tenente Van Hans, posteriormente substituído por Gedion Morris.
Em 1644, o Fortim São Sebastião sofre novo assalto e acabou destruído por índios revoltados. Os holandeses voltaram, em 1649, com 298 homens e ergueram nova fortificação, distante do primeiro, à margem do Riacho Pajeú na elevação de terreno chamado Marajaig. Construído segundo a planta do engenheiro Ricardo Carr, recebeu o nome de Forte Schoonenborch, em homenagem ao governador de Pernambuco.
Antipatizados e hostilizados pelos índios, os holandeses transferiram todos os alojamentos, instalações e alimentos para dentro do Forte. Tal situação perdurou até que, vencidos em Pernambuco, foram obrigados a entregar a praça de guerra a Álvaro Barreto, que a restaurou e rebatizou como Forte de Nossa Senhora da Assunção. Com o retorno do domínio português, em 1699, foi criada a Vila de Fortaleza que permaneceu sem expressão política e econômica por mais de um século.
No final do século XVIII, a produção e o comércio de algodão favoreceram o desenvolvimento comercial e político, criando as condições necessárias para a separação de Pernambuco, que ocorreu em 1799. No local do forte arruinado, foram lançados os alicerces da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, em 12 de outubro de 1812. A Vila foi elevada à categoria de cidade, em 1823, em reconhecimento ao seu crescimento e importância política. Em 1847, sofreu remodelações. No início do século XX, houve o desarmamento e a fortificação permaneceu como monumento histórico.