Conselho Consultivo tomba Terreiro de Candomblé em Cachoeira (BA)

O Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde (Roça do Ventura) é considerado bem cultural de importância significativa para a história religiosa brasileira

A cultura negra muito contribui para formação do Patrimônio histórico, etnográfico e religioso brasileiro. O Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde, também conhecido como Roça do Ventura, localizado no município de Cachoeira (BA) é de grande importância na formação histórica do país e de grande influência nas expressões sagradas de matriz africana nas manifestações religiosas no país. A solicitação para o tombamento da casa de candomblé matricial de tradição jeje-mahi foi feita pela presidente da Sociedade Religiosa Zogbodo Male Bogun Seja Unde, Alaíde Augusta da Conceição, a veneranda vodunce Alaíde de Oyá, em dezembro de 2008. Estudos e avaliações realizadas por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ressaltam que as ações de proteção à casa de candomblé são necessárias em função do risco provocado pela especulação imobiliária.

A importância e simbologia da Roça do Ventura no contexto da tradição Jeje para a história do candomblé no Brasil é amplamente destacada em vários estudos antropológicos e sociológicos que tratam da questão religiosa e no país. Entre os trabalhos estão Brancos e Pretos na Bahia (Estudo de contacto racial), escrito na cidade de Salvador entre os anos de 1935-1937 por Donald Pierson e publicado originariamente em 1942, com várias reedições; Afro-Brazilian Culture and Politics: Bahia, 1970s to 1990s, de Hendrik Kraay; Gaiaku Luiza e a Trajetória do Jeje-Mahi na Bahia, de Marcos Carvalho; A Formação do Candomblé: História e Ritual da Nação Jeje na Bahia, de Luis Nicolau Pares.

O Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde
A ocupação da Roça do Ventura teve início em 1858. Até hoje, o Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde é responsável pela preservação de umas das tradições religiosas de matriz africana, da liturgia do Candomblé de nação Jeje-Mahi originaria nos cultos às divindades chamadas Vodum. O Seja Unde tem fundamental importância na conformação da rede de terreiros do Recôncavo Baiano e sobretudo para a formação histórica do Candomblé como uma instituição religiosa.

O terreiro Zogbodo abrange um sitio natural e elementos edificados, além de árvores referenciais dos ritos Jeje, como as Casas de Hospedagem; Oiá (Altar); Peji (cerimonial), com salão, ronco e cozinha sagrada; Casa dos Antepassados; Fonte de Oxum; Poço; Ponte e Instalações Sanitárias. As Árvores Sagradas existentes no local são Nana, Tiriri, Ogum Eroquê, Avequité, Zogbo, Bessém, Ogum, Ajuzum, Lokó, Badé, Aqué e Parara. Também fazem parte do conjunto o Riacho Caquende – Odé e as margens Aziri e Avinagé.

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Fonte: Ascom Iphan

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