Vassouras (RJ)

Tombado pelo Iphan, em 1958, o conjunto histórico urbanístico e paisagístico de Vassouras é fruto do apogeu econômico que originou a riqueza dos fazendeiros de café, barões e viscondes.  O principal eixo do Centro Histórico é a Rua Barão de Vassouras, que se inicia junto à antiga Estação Ferroviária. Adiante, encontram-se as casas do Barão de Massambará e do Barão de Vassouras. A Câmara Municipal e o Paço Municipal demonstram a importância política da cidade, no período colonial.

Destacada por muito tempo como núcleo da aristocracia rural fluminense, a cidade era cercada por grandes  propriedades agrícolas, famosas pelo volume da produção cafeeira, obtida com o trabalho dos escravos. A falta de braços para a lavoura de café, decorrente da abolição da escravatura, em 1888, ocasionou o abandono das terras. O café sustentava o progresso da cidade, mas sua cultura abandonada e, em seu lugar, surgiram as pequenas lavouras, principalmente de hortaliças e cereais, a pecuária e a indústria.

Os primeiros colonizadores que chegaram ao território do atual município de Vassouras, na região dos rios Paraibuna e Paraíba, integravam a expedição de Garcia Rodrigues Paes Leme, que abriu o Caminho Novo das Minas e fixou residência na margem esquerda do rio Paraíba.  Daí em diante, ele e seus sucessores, entre os quais o sargento-mor Bernardo Soares Proença, prosseguiram na construção do caminho que ligaria Minas à cidade do Rio de Janeiro, entre 1700 e 1725.

O povoado foi fundado em 1782, quando o açoriano Francisco Rodrigues Alves e seu sócio receberam uma sesmaria repleta de arbustos que seriam empregados na confecção de vassouras. Localizada no Vale do Paraíba, era uma região privilegiada, cortada pelos caminhos de ligação entre Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro que, no período econômico do ouro, serviam ao escoamento do produto para o império português. Em virtude disto, a cidade recebeu um decreto real de proteção.

O povoamento se intensificou em 1812, quando, para impedir a invasão de contrabandistas, D. João VI ordenou a construção da Estrada do Comércio, que levava a Minas e Goiás. No início do século XIX, a região progrediu ainda mais, com o cultivo de cana-de-açúcar e, posteriormente, de café, levando a Província do Rio de Janeiro a ser o primeiro grande exportador do produto, no Brasil.

Vassouras testemunha a economia cafeicultora do século XIX, que floresceu ao longo das estradas que desbravaram o Estado do Rio de Janeiro. Em 1828, foi erguida a Capela de Nossa Senhora da Conceição à margem da Estrada da Polícia que se dirigia à Valença e Minas Gerais.  Foi elevada à categoria de vila, em 1833, e à cidade em 1857. Na década de 1850, viveu um período de intensa vida social. Surgiram casarios, palacetes, hotéis e colégios que guardam a memória dessa fase próspera, quando ganhou a alcunha de "Cidade dos Barões".

O cenário urbano é marcado pelos jardins da Praça Barão do Campo Belo, um dos principais cartões postais de Vassouras, com a Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, palmeiras imperiais e Chafariz Monumental. Outros imóveis completam a arquitetura das ruas de entorno: a Casa da Cultura, a Casa do Barão de Itambé, o Lar Barão do Amparo. Aos fundos da Igreja da Matriz, na Praça Sebastião Lacerda, está a casa das 14 janelas, o Chafariz D. Pedro II e as figueiras centenárias. Na Rua Barão de Vassouras, estão o prédio do antigo Banco Comercial e Agrícola, o Mercado Nova União e a antiga casa da família Teixeira Leite (atual Mara Palace Hotel).

Monumentos e espaços públicos tombados: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Casa de Câmara e Cadeia (Prefeitura), Palacete do Barão do Ribeirão (Fórum, Residência da Misericórdia, Asilo Barão do Amparo), casas do Barão de Vassouras e do Barão de Itambé. Principais espaços públicos: praças Sebastião Lacerda, Barão de Campo Belo, Eufrásia Teixeira Leite, Cristóvão Corrêa e Castro; ruas Barão de Tinguá, Barão de Capivari, Custódio Guimarães, Guilherme Werneck, Barão de Massabará, e Barão de Vassouras; e Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, entre outros.

Casa da Hera (Chácara da Hera) - Atual Museu Casa da Hera. Construção da primeira metade do século XIX, onde viveu a família de Joaquim José Teixeira Leite. Residência de origem simples, foi ao longo dos anos ganhando um toque refinado na decoração devido à ascensão social e política de seu proprietário, que incorporou elementos influenciados pela Corte e enriqueceu seu acervo. Essa casa de chácara é um dos mais expressivos exemplares de residência senhorial dos áureos tempos do café. Além do mobiliário, quadros e objetos de uso doméstico, seu acervo inclui vasta biblioteca e coleção de trajes de origem francesa, considerada das mais importantes do Brasil.   

Fazenda Santa Eufrásia - Possui importante acervo composto por mobiliário, louças e objetos comuns a uma residência do século XIX, dentre os quais se destacam a liteira e as carruagens. Compõem ainda o acervo tombado, o bosque e a represa, esta criada para mover a roda d’água do antigo engenho. O bosque guarda árvores centenárias e de madeira de lei.

Obras do PAC Cidades Históricas

Restauração:
Antiga Casa do Barão de Vassouras  - 1850 (Casa do Patrimônio e sede do Iphan 341 RJ)
Antigo Fórum na Casa do Barão do Ribeirão - 1860 (Centro de Memória Documental (Arquivo Público Municipal)
Biblioteca Maurício de Lacerda
Casarão da Associação de Paroquianos de Vassouras (Asepava) - 1850
Casarão da Casa de Cultura
Casarão do Museu Casa da Hera e anexos
Sete chafarizes do Centro Histórico (1842 a 1872)
Antiga Oficina - Centro Integrado das Artes e Esportes
Casarão do Asilo Barão do Amparo

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

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