Paracatu (MG)
O centro histórico de Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, foi tombado pelo Iphan, em 2012. A cidade apresenta este centro praticamente intacto, onde estão os 230 imoveis que compõem o patrimônio protegido. Sua importância está diretamente ligada à exploração do ouro, o grande propulsor do processo de ocupação do interior do Brasil. A área onde surgiu a povoação possui uma localização estratégica e era ponto de convergência dos diversos caminhos entre o litoral e os sertões.
Paracatu deu importante contribuição à formação e integração da região Centro-Oeste, no final do período de exploração do ouro. Da mesma forma que outros municípios mineiros, o povoamento em torno das minas levou ao surgimento de centros econômicos integrados para abastecer as áreas de mineração. A abertura de vias e a construção das edificações resultaram no traçado irregular ainda hoje perceptível.
Os perfis característicos das ruas são definidos pelas próprias edificações, implantadas no alinhamento do terreno, e sem afastamentos laterais. A ausência de vegetação urbana configurou uma espécie de “canal”, onde circulam pessoas e veículos. A separação entre o espaço aberto público e privado é bastante clara, ficando este último restrito ao interior dos lotes ou das quadras.
Desde a década de 1960, tal configuração tem sido gradativamente substituída por outra “aberta”, onde o espaço público entra em contato direto com o espaço privado do interior dos lotes. A construção de Brasília, a partir do final da década de 1950, provocou uma onda de migrações para o centro do País, que atingiu a cidade. Entretanto, suas vias e travessas ainda proporcionam a leitura do passado colonial e de sua posição estratégica na ocupação da região central brasileira.
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Paracatu tem núcleo histórico protegido por lei - Boletim SPHAN próMemória, No. 39