Antonina (PR)
O centro histórico de Antonina, no litoral do Paraná entre a Serra do mar e a Baía de Paranaguá, foi tombado pelo Iphan, em 2012, por seus valores históricos e paisagísticos. Inclui-se na área protegida, um raro exemplar da arquitetura industrial do início do século XX, conhecido como Complexo Matarazzo - Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), que representa a fase áurea da industrialização e atividade portuária no Paraná.
A área tombada inclui edifícios com características do colonial brasileiro, eclética e art déco, com calçamento de pedras e as ruínas que enriquecem esse patrimônio. O centro histórico materializa os processos de ocupação territorial nessa região, particularmente no Paraná. Sua importância histórica está vinculada à primeira fase do chamado Ciclo do Ouro, anterior à exploração nas Minas Gerais.
O ambiente natural de Antonina foi determinante para a implantação da cidade nesse local e a forma como ocorreu seu crescimento. A escala e porte da cidade se relacionam harmonicamente com o ambiente natural e esse conjunto preserva uma rara qualidade ambiental nas atuais cidades brasileiras. Viajantes que por ali passaram, no século XIX, se encantaram e um deles - o engenheiro inglês Thomas Bigg Withe - a descreveu como “um lugarejo bonito e até pitoresco, situado, como está, entre a terra e a água, ao pé de gigantesca cadeia de montanhas, a Serra do Mar”.
Antonina situa-se em uma das primeiras áreas brasileiras exploradas pela Coroa Portuguesa, na Região Sul do Brasil. Com sua extensa entrada para o continente, era considerada um local estratégico para o controle da região e a busca por índios e metais preciosos. Os registros históricos de seus primeiros povoadores - garimpeiros, em sua maioria - datam de 1648.
Localizada no fundo da baía e aos pés da serra, sua ocupação esteve determinada pela presença dos rios Nhundiaquara e Cachoeira que serviam de ligação ao planalto e às áreas de mineração, no século XVII. As primeiras descobertas de jazidas deflagraram a “corrida do ouro” e as povoações formadas no litoral do Paraná voltaram suas atividades para a produção de alimentos que abasteciam os povoados dos garimpeiros.
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