Patrimônio Material - AP
A Fortaleza São José de Macapá - tombada pelo Iphan, em 1950, por sua relevância histórica e arquitetônica - foi restaurada pelo governo estadual, com tratamento paisagístico e prospecções arqueológicas e, na mesma época, também ocorreu a restauração da imagem de São José, padroeiro dessa edificação. Idealizada pelos portugueses para defender as terras do extremo norte e erguida pela mão de obra negra e indígena no século XVIII. É uma fortaleza complexa do ponto de vista da engenharia militar, além de possuir grande dimensão quando comparada a outras fortificações brasileiras. Apresenta obras externas de defesa como fosso, redente, revelim e caminho coberto. O endereço é uma das principais referências culturais do Estado e dentre várias atividades, abriga, ainda, uma sala de cinema instalada pelo projeto Cine Iphan.
Depois de dez anos de pesquisas e rodadas de debates com a população, o Iphan tombou, em 2010, a Vila de Serra do Navio, primeira Company Town (cidade empresa do Brasil) e abrigava os funcionários da Indústria e Comércio de Minérios (Icomi). O conjunto urbano inseriu-se no esforço desenvolvimentista e de ocupação da Amazônia realizado pelo governo federal, entre o final dos anos 1950 e início da década de 1960. Atualmente, outras áreas são objeto de pesquisas do Instituto, dentre elas a Base Aérea do Amapá, que serviu de apoio ao Exército dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, além de diversos bens imóveis na cidade de Macapá, remanescentes dessa época.
O Amapá guarda o registro de um fato único na história: a audácia portuguesa transladou uma cidade entre dois continentes como estratégia de defesa das terras. A Vila Mazagão (atual Mazagão Velho) é a cidade colonial Mazagan que durante cinco anos (1771-75) Portugal transferiu do Marrocos para a região amazônica. A Superintendência do Iphan realiza pesquisas na região de Mazagão desde 2007, o que deverá resultar no tombamento de bens emblemáticos, como o traçado urbanístico pombalino da cidade.