Patrimônio Imaterial - AM

O patrimônio cultural imaterial do Amazonas é indissociável da presença indígena em toda a Amazônia, sendo que o Estado concentra a maior população do País: são mais de 120 mil pessoas de 66 etnias, que desenvolveram 29 línguas distintas. Entre as ações de pesquisa e reconhecimento, o Iphan realizou o levantamento de referências culturais no Alto Rio Negro - rota cultural de Iauaretê a Manaus, um trajeto de quase mil quilômetros. Este processo resultou no registro como bem imaterial, da Cachoeira de Iauaretê – Lugar Sagrado dos Povos Indígenas dos Rios Uaupés e Papuri (município de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro) e do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (tendo como base os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos).

O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) é uma metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Iphan e no Amazonas, foram realizados diversos inventários: identificação e INRC das Referências Culturais dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro; das Manifestações Culturais Ribeirinhas (Dança do Gambá, Dança dos Encomendadores de Almas, Danças de Pássaros e Dança do Africano, muitas delas frutos da presença negra na região, nos municípios de Urucurituba e Maués); das Festas Religiosas no Alto Rio Negro (festas celebradas na calha do rio Negro, como a Festa de Santo Alberto, no distrito de Carvoeiro, município de Barcelos) e a Festa do Ritual da Moça Nova Tikuna (municípios de Manaus e São Paulo de Olivença). Está em andamento o inventário do Complexo Cultural dos Bois Bumbás no Médio Amazonas, no município de Parintins.

Outra ação do Iphan de salvaguarda dos bens imateriais é o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), que apoiou vários projetos, desde 2005: Projeto Artesanato e identidade cultural no Médio Solimões: a promoção de técnicas e conhecimentos tradicionais em comunidades ribeirinhas das reservas Mamirauá e Amanã (promoção de ações de valorização das técnicas e conhecimentos utilizados na produção do artesanato local), Um Patrimônio Invisível: Documentação e Pesquisa sobre os Sistemas Agrícolas do Rio Negro (manejo dos espaços, diversidade das plantas, conjunto de utensílios para processar produtos e o subsistema alimentar), Projeto Os Saberes das Populações Tradicionais do Médio Juruá Documentados por Relatos e Imagens (preservação dos costumes e saberes culturais das populações extrativistas), e Documentação Linguística e Cultural Tuyuka (o registro da língua tuyuka falada, em vários contextos de uso, com falantes de idades e procedências diferentes, em gêneros de fala diversos).

 

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