As Ferrovias na República
Um dos planos de viação mais importantes surgiu em 1890, logo após a Proclamação da República. Uma comissão foi encarregada de elaborar diretrizes para a continuidade ao programa de implantação da malha ferroviária brasileira, e ordenar a já existente. A comissão inverteu a situação vigente, onde cada empresa apresentava a proposta do local que lhe interessava se instalar. O governo passou a ser o protagonista do processo. Assim, várias linhas “estratégicas” foram implantadas, como as construídas para a defesa das fronteiras e as que completaram as ligações entre as regiões Sudeste, Nordeste e Sul.
Durante os primeiros 25 anos do século XX, iniciou-se uma gradual transferência da malha ferroviária para o controle do governo federal. Mas, as mudanças nas relações de produção e consumo, resultantes da 2a. Guerra Mundial, que levaram as lavouras de café, algodão e fumo entrarem em decadência no Brasil, também acarretaram prejuízos para muitas linhas férreas que transportavam esses produtos. Soma-se a essa situação a malha viária com poucos eixos de integração nacional que se configuravam como arquipélagos desconexos. Mesmo assim, o governo federal atuou para equipar, estender e recuperar as linhas entre as várias regiões do país, resultado dos diversos planos viários elaborados.
Mas, a situação econômica de diversas estradas de ferro controladas pelo governo agravava-se e, em 1952, o Ministro de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas, Álvaro de Souza Lima propôs, em relatório ao então presidente da República, Getúlio Vargas, “medidas drásticas em relação à melindrosa situação financeira das estradas de ferro, com a constituição, o mais breve possível, da Rede Ferroviária Federal S. A”. Ainda em 1957, o presidente Juscelino Kubitschek assinou a Lei 3.115, criando a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) para administrar as estradas de ferro federais. A RFFSA - constituida como sociedade de economia mista integrante da administração federal indireta - estava vinculada ao Ministério dos Transportes.