Produção e consumo da cajuína

O caju é matéria-prima para a confecção da cajuína, bebida típica do Piauí.No Estado do Piauí, a castanha do caju é vendida para o mundo inteiro e o fruto é usado para produzir a bebida mais popular da região. Apesar de ser uma bebida, a cajuína assume o simbolismo de alimento e está inscrita na mesma tradição dos doces, bolos, biscoitos e outros saberes cultivados para abastecimento dos lares no Nordeste. Da mesma forma, reforça os laços entre os membros das redes familiares extensivas pelas quais a cajuína circula. Milhões de garrafas são consumidas, anualmente, em qualquer festa, comemoração, além do dia a dia, seja na hora do almoço, do lanche, no barzinho. A relação do piauiense é tão forte com a cajuína  que, em Teresina (capital do Estado), ela é nome de avenida e de uma importante competição esportiva: A Volta da Cajuína. 

Bebida não alcoólica, é feita a partir do suco do caju separado do seu tanino, por meio da adição de um agente precipitador (originalmente, a resina do cajueiro; durante muitas décadas a cola de madeira ou de sapateiro; e, atualmente, a gelatina em pó), coado várias vezes em redes ou funis de pano. O processo de separação do tanino do suco recebe o nome de clarificação, e o suco clarificado é então cozido em banho-maria em garrafas de vidro até que seus açúcares sejam caramelizados, permitindo que a bebida possa ser armazenada por períodos de até dois anos.

Nos dias atuais, novos atores passaram a produzir e consumir cajuína, estimulados pelo acesso aos meios de produção. A cajuína alçou mercados externos ao Piauí e, ao mesmo tempo em que é valorizada como produto de forte apelo regional e cultural, reforça os sentidos de pertença e identidade dos piauienses e brasileiros. O produto é conhecido mundialmente e comprado por turistas brasileiros e do exterior, que visitam o Piauí. 

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