publicada em 21 de outubro de 2011, às 14h26

Após três dias de reunião, entre 17 e 19 de outubro, especialistas brasileiros e estrangeiros em gestão do patrimônio saíram otimistas e prevendo grandes realizações para o Centro Lucio Costa – Centro Regional de Formação para Gestão do Patrimônio. Realizado na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, o encontro debateu e traçou estratégias conjuntas entre as instituições parceiras no processo de implantação do Centro.

O evento que envolveu técnicos do Iphan, da Unesco e de seus organismos assessores ICOMOS (Conselho Nacional de Monumentos e Sítios), ICCROM (Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração de Bens Culturais) e IUCN (União Internacional para Conservação  da Natureza e dos Recursos Natural), bem como do Ministério das Relações Exteriores, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, definiu uma agenda estratégica de atuação conjunta no âmbito das atividades de formação, pesquisa aplicada e serviços técnicos a serem desenvolvidos pelo Centro Lucio Costa.

O assessor de Relações Internacionais do Iphan, Marcelo Brito, considera que o encontro foi positivo já que possibilitou construir canais sólidos e avaliar o potencial de cooperação com cada uma das entidades neste processo de implementação do Centro.  “Pudemos mostrar a posição de engajamento e de comprometimento do Brasil no assunto, e ficou claro que este é um projeto estratégico não só para o País, mas para a toda a Região abrangida pelo Centro. É fundamental perceber a importância deste Espaço dentro do atual contexto de transformações que vivemos e a necessidade de investirmos na capacitação de pessoas pra que possamos atender cada vez melhor a sociedade”, afirma.

No encontro foram estabelecidas parcerias concretas que resultaram numa agenda estratégica trianual de trabalho com foco na otimização dos recursos técnicos, humanos e financeiros e no desenvolvimento de ações de fortaleçam a gestão do patrimônio na região. O Centro Regional de Formação para Gestão do Patrimônio, como centro de categoria II da Unesco, foi criado entre o governo brasileiro e a Direção-Geral da Unesco durante a 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Brasília, em julho de 2010. O Centro, que será administrado pelo Ministério da Cultura, por meio do Departamento de Articulação e Fomento (DAF/Iphan) funcionará no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, e terá como atividade prioritária a capacitação profissional de quadros da administração pública de 17 países de língua portuguesa e espanhola da América do Sul, da África e da Ásia.

Confira a opinião de alguns dos participantes sobre o Centro:
Valerie Magar – Centro Internacional para o Estudo da Preservação e Restauração de Bens Cultuais - ICCROM
O Centro Lucio Costa (CLC) é fundamental para a região que sentia uma grande necessidade de ações voltadas para a formação na gestão do patrimônio. Os centros promovem melhor comunicação entre os países parceiros, e o Lucio Costa especialmente, pois cria a perspectiva de colaboração entre os países.

Rosina Parchen – ICOMOS Brasil
O Centro Lucio Costa vem num momento muito oportuno. Nos últimos oito ou nove anos, o Iphan deu início a uma reestruturação e hoje é visto em todo o Brasil. Essa reestruturação culmina com a implantação do Centro, que formará gestores com um trato diferenciado podendo não só atender, mas prever as demandas do patrimônio e atendê-las mais rapidamente. O Centro também formará gestores capazes de atuar em função do Patrimônio Mundial, mas também de estar à frente do patrimônio nacional e regional.

Luiz Souza – Membro do Conselho do ICCROM
O CLC representa um grande avanço no ponto de vista da gestão do patrimônio, não só para o Brasil, mas também para América Latina e África, passando a ser uma referência para os países parceiros. Também vem confirmar a liderança do Brasil no continente latino-americano para as questões do patrimônio cultural. O Centro atente às determinações do Comitê do Patrimônio Mundial, mas precisa ir além, envolvendo também em suas ações os bens móveis e integrados e o patrimônio imaterial. A implantação do CLC será também uma ótima oportunidade para integrar a ciência e a tecnologia como ferramentas para a gestão do patrimônio cultural.

Bernardo Issa - Analista Ambiental do ICMBIO
O Centro é um importante espaço para se pensar ações de preservação e promoção tanto do patrimônio natural como do cultural. O mais importante é que o Centro preparará pessoas para cuidar desse Patrimônio e colocará o país em um patamar mais elevado. Isto é relevante tanto para nós, quanto para quem enxerga o País de fora.