Parcerias marcam o fim da Reunião II Ciclo do Informe Periódico do Patrimônio Mundial

Uma maior integração na gestão do patrimônio natural e cultural, este foi o principal eixo temático das discussões que marcaram os quatro dias Reunião II Ciclo do Informe Periódico do Patrimônio Mundial, que contou com a presença de 10 países da na América do Sul. O evento, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro é fruto de uma parceria entre o Iphan e o Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Segundo a Chefe da Unidade para América Latina e Caribe do Comitê do Patrimônio Cultural da UNESCO, Nuria Sanz, a cooperação entre o Iphan e o Instituto Chico Mendes (ICMBio) é um exemplo que o Brasil pode dar aos demais países, como uma possibilidade de buscar uma gestão integrada dos bens culturais e naturais. “Atualmente só existem 25 bens inscritos na lista do Patrimônio Mundial, como sítios mistos. Diferente dos demais continentes, o Brasil tem pelo menos 20 lugares que podem ser caracterizados como sítios mistos, devido a sua importância natural e cultural”, diz.

Como metodologia de pesquisa e atualização de dados sobre o estado de conservação dos Bens do Patrimônio Mundial na América Latina, os gestores de sítios naturais e culturais foram divididos em grupos de trabalho temáticos. Também participaram representantes dos governos dos 10 países, com objetivo de trabalharem propostas para as políticas integradas voltadas para o patrimônio na região. 

“Foi uma oportunidade de traçarmos estratégias conjuntas para os países da América Latina, através de planos regionais, voltadas para o intercâmbio de pesquisas e experiências de gestão de bens da mesma categoria, como por exemplo, das ilhas de Galápagos, na Argentina, e Fernando de Noronha e Atol das Rocas, no Brasil”, explica Márcia Rollemberg, diretora do Departamento de Articulação e Fomento do Iphan. 

O Centro Categoria II da UNESCO, recentemente instalado no Rio de Janeiro, foi outro tema que atraiu a atenção dos participantes. Conhecido como Centro Lucio Costa, tem como objetivo capacitar gestores do patrimônio numa Região que envolve 17 países de língua portuguesa e espanhola da África, América do Sul e Ásia.

Para Márcia Rollemberg, o Centro Lucio Costa poderá ser uma referência, através de iniciativas como o Observatório de Políticas de Patrimônio, que pretende reunir pesquisas, estudos e diagnósticos sobre a gestão do patrimônio no Brasil e nos países da Região. “Penso que saímos deste encontro com a rede de colaboradores do Centro Lucio Costa fortemente ampliada”, avalia.

Já para a assessora da presidência do ICMBio, Andréa Zarattini, a divisão institucional entre Iphan e ICMBio, não significa que atuação entre os dois institutos deva ser separada. “Precisamos atuar de forma integrada para fortalecer os elos e o Centro Lucio Costa é uma das estruturas, onde deverá ocorrer essa integração”, pontua.

Ainda segundo Zaratinne, a Academia Nacional de Biodiversidade (ACADEbio), situada na cidade de Iperó, em São Paulo, pretende ser uma extensão do Centro Lucio Costa na formação de técnicos e gestores em patrimônio cultural e natural para o Brasil e os demais países da Região.  

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