Tiradentes (MG) celebra 300 anos
Cidade colonial mineira, com ruas de paralelepípedo, chafariz, casarios antigos, portais coloridos, janelas de madeira e ricos detalhes ornamentais. A charmosa Tiradentes comemora 300 anos neste dia 19 de janeiro. Além do tricentenário, este ano a antiga Vila São José completa 80 anos de reconhecimento como patrimônio histórico nacional.
Inspiração para artistas em diferentes segmentos das artes, o município leva o nome de um dos maiores líderes políticos da história do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier - o mártir da Independência . A pequena cidade, que tem aproximadamente 7.500 habitantes, representa um importante episódio de interiorização e consolidação da colonização do território brasileiro; oferece um vasto cardápio com diversas opções de lazer e integra uma prestigiada rota turística do país, a Estrada Real.
Relicário do passado de Minas e do Brasil
Atraídos por cascalhos e manchas de ouro nos montes e na Bacia do Rio das Mortes, nos primeiros anos de 1.700, os paulistas foram os primeiros a povoar as terras do atual município de Tiradentes. A região foi palco das lutas entre paulistas e emboabas (apelido dado pelos paulistas aos portugueses e brasileiros de outras regiões que buscavam ouro) e protagonizou um episódio decisivo nessa disputa, conhecido como o Capão da Traição.
O arraial foi elevado à vila, em 1718, com o nome de Vila São José. Foi assim batizada em homenagem ao Príncipe D. José, então com quatro anos de idade, filho de D. João V. Com a exploração do ouro em grande escala, sua população cresceu provocando um aumento rápido de moradias, além da construção de igrejas e casas comerciais. Em 1860, a vila foi elevada à categoria de cidade e recebeu o nome de Tiradentes, em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o Mártir da Independência.
Patrimônio Cultural
A história de Tiradentes se confunde com a história do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O conjunto urbanístico e arquitetônico da cidade foi um dos primeiros a ser reconhecido pelo Iphan como patrimônio histórico brasileiro, em 1938, quando o Iphan completava seu primeiro ano de atuação. Tiradentes apresenta um dos acervos arquitetônicos mais importantes de Minas Gerais, constituído por construções setecentistas religiosas, civis e oficiais. Na arquitetura civil, destaca-se a harmonia do casario térreo, caracterizado pela simplicidade de suas linhas que se alongam em lances contínuos pelas ruas principais da cidade. Algumas peculiaridades também se sobressaem na paisagem urbana, como as casas térreas com número ímpar de janelas, vedações em guilhotinas e treliçados, cuidadosamente elaboradas.
Os sobrados, em menor número, caracterizam-se tanto pelo tratamento requintado da cantaria nos vãos (incluindo, em alguns casos, pinturas policromadas), quanto pelos acabamentos internos de extrema riqueza, particularmente nos forros pintados e apainelados marcados por composições policromadas com figuras e elementos decorativos do barroco. Entre as construções assobradadas de maior porte, destaca-se a Prefeitura Municipal, além de outras edificações oficiais como o prédio do Fórum.
A Igreja Matriz de Santo Antônio distingue-se como um dos mais importantes exemplares de arquitetura religiosa colonial mineira. A igreja construída dentro dos padrões das grandes matrizes de Minas Gerais possui riquíssima ornamentação da nave e da capela-mor, e das diversas sacristias ricamente decoradas, além da excepcional composição do coro e belíssima decoração do órgão, considerado uma peça única em Minas Gerais.
Além do conjunto urbano, existem dez bens tombados isoladamente pelo Iphan em Tiradentes. São eles: Capela do Bom Jesus, Capela da Santíssima Trindade, Capela de Nossa Senhora das Mercês, Capela de São Francisco de Paula, Capela de São João Evangelista, Igreja Matriz de Santo Antônio, Chafariz de São José, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, casa do atual Museu da Fundação Rodrigo Melo Franco de Andrade e uma casa à Rua Padre Toledo.
Em Tiradentes não só os museus, as igrejas, o chafariz, os casarios compõem os 300 anos de história. Cada jardim, cada rua, cada casa, cada porta, cada janela, cada pedra integram um relicário vivo de Minas e do Brasil.
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