Carnaval e Patrimônio Cultural: uma parceria que dá certo!
Frevo, Samba e Maracatu são os ritmos que ditam as celebrações do Carnaval Brasileiro, a mais famosa festividade nacional. Essas manifestações, registradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil, envolvem, anualmente, milhares de foliões em cenários conhecidos como símbolos históricos e que também são Patrimônio Cultural. São cidades que representam as referências urbanas do Brasil, conjuntos urbanos tombados pelo Iphan e muitos reconhecidos pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Palco de importantes momentos políticos do país, o Rio de Janeiro foi a primeira área urbana no mundo a ter reconhecido o valor universal da sua paisagem cultural urbana, e recebeu o título concedido pela Unesco, em 2012. Os foliões que ali aproveitam as festas carnavalescas, desfrutam as paisagens cariocas entre a montanha e o mar.
Minas Gerais é representada com dois tradicionais carnavais de rua. Diamantina e Ouro Preto, outros dois sítios brasileiros declarados Patrimônio Mundial. Misturando aventureirismo e refinamento, Diamantina apresenta o centro histórico perfeitamente integrado a sua paisagem severa e grandiosa. Já a barroca Ouro Preto mantém preservadas igrejas, fontes, pontes e a maioria das casas de comércio e residências do período colonial, marcados por fortes expressões artísticas que se destacam por sua relevância internacional.
Outro cenário também reconhecido pela Unesco está na Bahia. Os becos e ladeiras de Salvador acolhem um Carnaval frenético, recebendo um dos maiores públicos de todo o país. O acervo arquitetônico e paisagístico da capital baiana merece destaque pelo seu excepcional valor cultural e pela sua extensão - possui cerca de três mil edifícios construídos nos séculos XVIII, XIX e XX - o que faz com que a cidade concentre mais da metade dos bens tombados individualmente em todo o Estado.
Igrejas, palácios, fortalezas, conventos, prédios e várias outras obras testemunham as diferentes fases e aspectos da capital pernambucana. Em Recife, ilhas barrocas e ecléticas são envolvidas por construções modernas, uma mistura de estilos que configura à capital uma paisagem única, onde o Frevo é o protagonista nas festas carnavalescas.
Vizinha de Recife, o Carnaval em Olinda é conhecido por levar os foliões por suas ruas históricas, em um sobe e desce ladeira que só termina depois da Quarta-Feira de Cinzas. É a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1982. O centro histórico abriga cerca de 1,5 mil imóveis, testemunhas de diferentes estilos arquitetônicos: edifícios coloniais do século XVI harmonizam-se às fachadas de azulejos dos séculos XVIII e XIX, e às obras neoclássicas e ecléticas do início do século XX. O acervo representativo de várias épocas integra-se de maneira exemplar ao sítio físico, formando um conjunto peculiar, cuja atmosfera é garantida pela presença do mar e da vegetação.
No Maranhão, foliões e brincantes festejam em ritmo de batuques, tambor de crioula, charangas, blocos e escolas de samba. Excepcional exemplo da cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e conjunto arquitetônico representativo, São Luís, mais um sítio Patrimônio Mundial no Brasil, tem cerca de quatro mil imóveis tombados, dentre solares, sobrados, casas térreas e edificações com até quatro pavimentos. O centro mantém o seu tecido urbano preservado com todos os elementos que o caracterizam e lhe conferem singularidade, com destaque para o uso de azulejo.
Blocos, bandas, marchinhas e escolas de samba embalam as celebrações na região Norte. Manaus (AM) recebe ainda o Carnaboi, manifestação típica do Amazonas. O centro histórico, palco do Carnaval de rua, abrange uma área entre a orla do rio Negro e o entorno do Teatro Amazonas e ainda mantém os aspectos simbólicos e densos de realizações artístico-construtivas. A preservação deste espaço, que configura o coração urbano da cidade, garante a manutenção de seu patrimônio singular e integro, e inclui Manaus no rol das cidades históricas do Brasil.
Testemunha de uma tradição cultural rica e diversificada, em Belém (PA), palacetes, palácios, e sobrados conjugados com casas comerciais no térreo são destaques no núcleo histórico, que nos bairros Cidade Velha e Campina, reúne cerca de 2,8 mil edificações protegidas. O Mercado Ver o Peso, o Cemitério de Nossa Senhora da Soledade, a Praça Frei Caetano Brandão também compõe esse cenário histórico, palco da maior festividade do país.
Vale ressaltar que esses são apenas alguns dos cenários que historicamente estão intimamente ligados à folia do Carnaval. Em todos eles, o Iphan atua ativamente na preservação de todos esses conjuntos urbanos e dos milhares de bens culturais que eles abrigam. Nos dias de Carnaval e durante os outros dias do ano, é importante lembrar de usufruir desses espaços respeitando e cuidando de um patrimônio cultural que pertence a todos, protegendo e promovendo os bens culturais do país, assegurando que as gerações presentes e futuras possam também celebrar o Carnaval e usufruir de espaços que são seus por direito.
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