Cavalo-Marinho

O folguedo pernambuco conhecido como Cavalo-marinho envolve dança, música, canto e a participação de figuras humanas, animais e fantásticas.

O Cavalo-Marinho é uma brincadeira popular, que envolve performances dramáticas, musicais e coreográficas, e foi inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão, pelo Iphan, em dezembro de 2014. A manifestação cultural é realizada durante o ciclo natalino e seus brincadores são, em geral, trabalhadores da zona rural, concentrados principalmente na Zona da Mata do norte de Pernambuco e no sul da Paraíba. Contudo, sua prática não ficou restrita a essas áreas e ecoa também na Região Metropolitana de Recife e de João Pessoa, além de vários outros locais do País. 

No passado, o Cavalo-Marinho era realizado nos engenhos de cana-de-açúcar, onde seus participantes trabalhavam. Os conhecimentos relacionados a essa manifestação são passados entre as gerações de forma oral e, especialmente, durante a realização da brincadeira. Pode ser entendido como um grande teatro popular no qual são representadas as cenas do cotidiano (da vida presente e passada) dos seus participantes, do mundo do trabalho rural por meio de variado repertório musical, poesia, rituais, danças, linguagem corporal, personagens mascarados e bichos, como o boi e o cavalo (que dá nome à brincadeira). Contém ainda a louvação ao Divino Santo Rei do Oriente e possui momentos em que há culto à Jurema Sagrada. 

O Cavalo-Marinho se realiza em um terreiro de chão plano e, geralmente, ao ar livre. A formação da brincadeira é em semicírculo com espaço para a plateia.  Existe um grande número de elementos artístico-culturais e sócio-históricos que estão presentes na manifestação cultural, como, por exemplo, a presença de mestres e de personagens e os elementos da vivência do trabalho rural. Na brincadeira, constantemente são construídas novas identidades em cima da tradição. Mudança e continuidade não se excluem. 

Pode-se identificar diferentes "estilos" de brincar relacionados às linguagens, à introdução de mudanças por determinados mestres, entre outros fatores. Este bem cultural está em constante transformação a partir dos variados diálogos com brincadores e com o contexto em que se realiza, ou seja, o valor patrimonial do Cavalo-Marinho reside na sua capacidade de comunicar temporalidades, espacialidades, identidades e elementos da cultura brasileira tão diversa. Variante do Bumba meu boi, o Cavalo-Marinho é uma brincadeira composta por música, dança, poesia, coreografias e toadas. Reúne 76 personagens divididos em três categorias: animais, humanos e fantásticos. A música e o canto conduzem a trama e são executadas pelo banco, ou seja, o conjunto formado por rabeca, pandeiro, reco-recos e ganzá. As apresentações começam em junho e seguem até 6 de janeiro, quando a Igreja Católica celebra o Dia de Reis.

 

Documentos

Parecer do DPI
Parecer do Conselho Consultivo
Certidão
Titulação do Cavalo-Marinho

Leia mais

Mestre Zé de Bibi
Dossiê do Cavalo-Marinho
Vídeo do Registro
Banco de Dados dos Bens Culturais Registrados 
Contatos

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