Patrimônio Material - RJ

Distribuídas em uma faixa do território brasileiro coberta pela Mata Atlântica, entre as montanhas e o oceano, estão as cidades de Cabo Frio, Nova Friburgo, Paraty, Petrópolis, Rio de Janeiro, Vassouras. Milhares de bens do patrimônio material e extensas áreas do patrimônio natural desses locais estão protegidos por tombamentos realizados pelo Iphan. Destaca-se abaixo bens que simbolizam a diversidade e a riqueza do Patrimônio Cultural fluminense.

Cabo Frio - O conjunto paisagístico de Cabo Frio - cidade litorânea do Estado do Rio de Janeiro - foi tombado pelo Iphan, em 1967. Mas, os primeiros tombamentos de bens culturais no município datam de 1956 e 1957. É uma das cidades mais antigas do País e considerada o marco inicial da história da província fluminense. Foi cenário de lutas sangrentas entre portugueses e aventureiros de outras nações que aportavam na região para contrabandear madeira. A povoação nasceu e se desenvolveu sobre a restinga, na margem direita do canal. A Praia do Forte é parte do ecossistema de restinga do Estado e, nesta área, às margens do canal, encontram-se colinas e morros com rico patrimônio arqueológico em sambaquis. 

Nova Friburgo - O conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Getúlio Vargas de Nova Friburgo possui, em seu entorno, importantes construções de arquitetura eclética e estilo germânico e uma praça, encomendada ao botânico e paisagista francês, Auguste François Marie Glaziou. Conhecida como a “Suíça Brasileira”, a cidade atraía visitantes em busca de tranquilidade, clima de montanha, gastronomia de qualidade, e uma atmosfera de “cidade europeia”, onde as fábricas conviviam harmonicamente com a natureza e os costumes trazidos pelas dez colônias que formaram as características da população friburguense.  

Paraty - Em 1958, acontece o primeiro tombamento do conjunto da cidade de Paraty. Um novo tombamento incluiu o entorno do conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade em 1974. Já em 2019, Paraty e Ilha Grande, localizada no município de Angra dos Reis, foram reconhecidas como Patrimônio Mundial pela Unesco na categoria sítio misto, que destaca a excepcionalidade da cultura e da biodiversidade. Além da beleza natural, Paraty tem importância histórica sobretudo porque foi um elo entre as capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A arquitetura dominante na cidade é característica da segunda metade do século XVIII e primeiras décadas do século XIX. Novas rotas foram criadas e, ao longo do tempo, o município ficou isolado. Atualmente, a cidade é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com o casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que se integram à Mata Atlântica. Destaca-se ainda a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Petrópolis - A fundação da Cidade Imperial, como é conhecida Petrópolis, tem vínculo estreito com o imperador D. Pedro I, que se encantou com a região quando, de passagem pelo Caminho do Ouro, rumo a Minas Gerais, pernoitou na fazenda do padre Correia, e quis construir lá um Palácio de Verão. Desde 1938, são tombados bens individuais do município. Em 1964, o Iphan realiza o primeiro tombamento de conjunto urbano-paisagístico na cidade ao proteger a Avenida Köeler, processo que se estendeu a outros monumentos e edificações em 1980 e 1982. Os primeiros imigrantes europeus, os alemães, chegaram na primeira metade dos anos 1800 e o povoado surgiu em 1845. A primeira estrada de ferro brasileira, inaugurada pelo Barão de Mauá, em 1954, ligando o Porto de Mauá à Raiz da Serra, facilitou o acesso a Petrópolis. 

Rio de Janeiro - A importância da cidade do Rio de Janeiro na formação do Brasil contribuiu para que a cidade tenha seis jardins históricos e parques, 14 conjuntos urbanos, 62 edificações, 13 equipamentos urbanos, 12 paisagens naturais, 10 bens integrados, e quatro coleções e acervos tombados e protegidos pelo Iphan. A cidade foi cenário dos mais importantes momentos políticos da formação do País como capital do Vice-Reinado, da Corte Imperial, e da República. Além de ser reconhecida por seu patrimônio arquitetônico e artístico, o Rio de Janeiro é a primeira área urbana, no mundo, a ter reconhecido o valor universal da sua paisagem, pela Unesco, em 2012, com o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana. 

Vassouras - O conjunto histórico, urbanístico e paisagístico de Vassouras, que era conhecida como a “Cidade dos Barões”, e foi núcleo da aristocracia rural fluminense. Cresceu localizada estrategicamente no Vale do Paraíba, no caminho entre as Minas Gerais e o porto do Rio de Janeiro. Com a Abolição da Escravatura em 1888, as terras foram abandonadas, surgindo as pequenas lavouras, principalmente de hortaliças e cereais, a pecuária e a indústria. A cidade é marcada pelos jardins da Praça Barão do Campo Belo, um dos principais logradouros de Vassouras, com a Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, palmeiras imperiais e Chafariz Monumental, entre outros imóveis.

Vila Histórica de Mambucaba - A vila é um distrito do município de Angra dos Reis e um dos raros sítios históricos brasileiros tombados em sua totalidade, não apenas as edificações, mas, também, o traçado urbano e equipamentos referentes à ocupação do local. Angra dos Reis funcionou como porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba. O município viveu os ciclos da cana de açúcar e do café, mas com a libertação dos escravos entrou em declínio econômico. Durante a década de 1960, a instalação do Estaleiro da Verolme estimulou o crescimento da economia local. Nos anos seguintes, foram instalados, no município, a Usina Nuclear de Furnas, Angra I, e o Terminal da Petrobrás, empreendimentos que preocuparam muito a população devido aos riscos de contaminação ambiental. 

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