Ritmos carnavalescos revelam a riqueza do Patrimônio Cultural Brasileiro

Nem só de samba se faz o carnaval no Brasil. São diversos os ritmos protagonistas que embalam a maior festividade do país, conhecida pelo mundo todo! A diversidade das sonoridades que ecoam de Norte a Sul são elementares para construção da história e da identidade nacional. 

Inseridas em meados do século XVII no Brasil, as comemorações agitam desde os centros urbanos às pequenas vilas com diversas expressões culturais, tendo os ritmos forte influência nos desfiles, alegorias, blocos de rua e trios elétricos. Em reconhecimento a importância dessas manifestações para formação da cultura do povo brasileiro o Frevo, o Maracatu Nação, o Maracatu de Baque Solto, as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro e o Samba de Roda do Recôncavo Baiano e o Caboclinho pernambucano são registrados como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Frevo
O Frevo se constituiu, principalmente, por ser um protesto político em forma de música, dança e poesia que surgiu no final do século XIX. Denominada inicialmente de Marcha Carnavalesca Pernambucana, a expressão se configurou, sobretudo, pelas classes populares, as bandas e suas rivalidades, os escravos recém-libertados e os capoeiristas.

Manifestação densamente enraizada em Recife e Olinda, no estado de Pernambuco, foi inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão como Patrimônio Imaterial Brasileiro em 2007 e reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em 2012.

Com uma mescla de estilos musicais, o gênero se evidenciou por sua riqueza melódica e deu origem a outras modalidades, como o frevo de rua, frevo de bloco e frevo canção. 

 

Um grupo de passistas assiste ao salto coreográfico que revela a intensidade dessa rica expressão do povo pernambucano

 

Maracatu Nação
O Maracatu Nação – também conhecido como Maracatu Baque Virado – como expressão cultural cumpre uma função essencial para a formação da identidade afro-brasileira. Composto por um conjunto musical percussivo, o espetáculo apresentado durante o Carnaval é destacado pela harmonia estética e pela musicalidade.

Além de carregar inúmeras simbologias voltadas ao culto religioso, os grupos também remontam as antigas coroações de reis e rainhas congo. Por isso, em dezembro de 2014, o Maracatu Nação foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão como Patrimônio Imaterial Brasileiro.

 

Os batuqueiros fornecem a base rítmica para a composição do séquito real, com o Rei, a Rainha, o porta estandarte, as baianas, os arreamás e as calungas, entre outros

 

Maracatu de Baque Solto
Criado em engenhos por trabalhadores rurais e do canavial, na Zona da Mata do Norte de Pernambuco, o Maracatu de Baque Solto é uma herança símbolo da resistência e da convivência com as adversidades existentes no final do século XIX. Conhecido também como Maracatu Rural, a expressão é marcada por sua musicalidade que transmite um tipo de batuque ou baque solto que nomeia a manifestação.

Esse Maracatu também é diferenciado por se tratar de uma brincadeira popular que se funde à música, dança e encenações dramáticas, provenientes de outras manifestações populares. Desse modo, em dezembro de 2014, a brincadeira foi inscrita como Patrimônio Imaterial no Livro de Registro das Formas de Expressão.

 

O Maracatu de Baque Solto ou Maracatu Rural envolve performances dramáticas, musicais e coreográficas, resultantes da fusão de manifestações populares

 

Matrizes do Samba – Partido-Alto, Samba de Terreiro e Samba-Enredo
Mais do que um gênero musical, o samba é uma prática sociocultural que se originou, em meados do século XX nos terreiros. Esses espaços serviam como ponto de encontro para as comunidades, principalmente das áreas populares da cidade do Rio de Janeiro, que se reuniam para cantar as experiências da vida, o amor, as festas e a própria exaltação das escolas e da música.

Com influências nas expressões afro-brasileiras, a manifestação se consolidou em três novas formas de samba: o partido alto, marcado pela disputa de partideiros em que os participantes se propõem a criar soluções poéticas a um determinado tema; o samba de terreiro, que faz referência aos espaços de encontro e celebração dos sambistas, que ali dançam um samba livre com as marcas de sua ancestralidade; e o samba-enredo, composto de maneira melódica e narrativa para desfiles carnavalescos. 

Inicialmente perseguido e marginalizado pela sociedade, hoje o samba é consagrado como uma das referências culturais brasileiras. Em 2007, as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro foram inscritas no Livro de Registro de Formas de Expressão. O Registro desse saber visa não somente preservar a tradição, mas também resgatar a espontaneidade e a improvisação dos sambas de raiz - como o partido-alto e o samba de terreiro.

 

Matrizes do Samba

Samba de Roda do Recôncavo Baiano
É uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. Exerceu influência no samba carioca e, até hoje, é uma das referências do samba nacional. O Samba de Roda no Recôncavo Baiano foi inscrito do Livro de Registro das Formas de Expressão em 2004. Está presente em todo o Estado da Bahia e é especialmente forte e mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos. Em 2005, a Unesco reconheceu esse bem imaterial como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o que motivou o Centro Cultural Cartola a analisar os variados estilos de samba no Rio de Janeiro, originários das reuniões musicais em casa de Tia Ciata, no Estácio, nas escolas de samba, blocos, morros, ruas e quintais. 


Reconhecido como Patrimônio Cutural Imaterial da Humanidade, o Samba de roda motivou a análise dos vários estilos de samba

Caboclinho 

A manifestação cultural dos grupos de Caboclos, ou Caboclinho – conhecida principalmente por suas atividades no carnaval  pernambucano – e datada desde o final do século XIX, simboliza a memória do encontro cultural e da resistência sobretudo das populações indígenas e também dos povos africanos escravizados, que reverberam profundamente na história do nordeste rural brasileiro.

A performance dos caboclinhos ocorre geralmente nas ruas com indumentária específica e sendo composta por dança e música características e singulares e, em alguns grupos, um recitativo ou drama, podendo essa estrutura variar a partir do tipo de apresentação – no desfile carnavalesco, nos ensaios, ou nos palcos e apresentações públicas.

 

Manifestação Cultural Caboclos ou caboclinhos

 

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