Complexo de Conservação da Amazônia Central (AM)
A área inscrita na Lista de Patrimônio Mundial pela Unesco possui mais de seis milhões de hectares e é uma das regiões mais ricas do planeta em biodiversidade, com importantes exemplos de ecossistemas de várzea, florestas de igapó, lagos e canais – os quais formam um mosaico aquático em constante mudança, onde vive a maior variedade de peixe elétrico do mundo. O Complexo de Conservação da Amazônia Central é formado pelo Parque Nacional do Jaú (inscrito em 2000), as reservas Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, e o Parque Nacional Anavilhanas (inscrito em 2003), todos no Estado do Amazonas.
Os rios da região proporcionam uma paisagem de praias de areia branca, durante a estação seca, e floresta inundada, durante a estação chuvosa; além de leitos secundários de tamanhos distintos. Uma das características marcantes dos rios da região é a cor escura, resultante de ácidos orgânicos liberados na água através da decomposição da matéria orgânica e a ausência de sedimentos terrestres. O complexo abriga relíquias do início da ocupação humana na região amazônica. Foram identificados 17 sítios arqueológicos na foz do rio Negro, além de esculturas de pedra o que reforçam o potencial de pesquisa arqueológica.
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A cobertura florestal é composta de florestas extensas e contínuas na planície central amazônica. Ela engloba uma paisagem, que é característica do baixo rio Negro e foi tipificada como sendo: floresta tropical densa, localizada principalmente em terra firme, assim, livre de inundação na época da cheia; floresta tropical aberta, aparentemente associada com a fisionomia das florestas tropicais e áreas de tensão ecológica, com transições climáticas entre duas zonas botanicamente distintas; e campinarana, um mosaico de vegetação restrita à Bacia do Rio Negro.
A área protege uma amostra impressionante de fauna, com muitas espécies de rios de água escura. Há uma grande diversidade de vertebrados, com 120 espécies de mamíferos, 411 de aves, 15 de répteis e 320 de peixes. Numerosas espécies ameaçadas vivem na região, como o pirarucu, o peixe-boi amazônico, o jacaré-açu, a ariranha e a onça-pintada. A importância do local para a fauna da Amazônia se reflete no fato de conter cerca de 60% das espécies de peixes relatados na Bacia do Rio Negro, além de 60% das aves registradas da Amazônia Central.