Itinerário jesuítico internacional é discutido em seminário no Rio Grande do Sul

Ruínas da Igreja de São Miguel em São Miguel das Missões (RS)Fornecer condições para fortalecer um itinerário turístico que alie o Brasil e outros países do Mercosul na valorização do patrimônio cultural das missões jesuíticas é o foco do Seminário de Desenvolvimento do Turismo dos 30 Povos das Missões, que será realizado nesse sábado, dia 29 de abril, na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. O evento é parte da programação da 18ª edição da Fenamilho Internacional e reúne autoridades do Brasil, Argentina e Paraguai, para discutir o tema Turismo e Rota Internacional Jesuítica.

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, Juliana Erpen, representará a instituição no seminário, que também terá a presença do Ministro do Turismo, Marx Beltrão, além dos governadores das províncias de Itapuã, no Paraguai, Luis Roberto Gneiting, e de Missiones, na Argentina, Hugo Passalacqua, da ministra do Turismo do Paraguai, Marcela Bacigalupo, e do Secretário de Turismo de Missiones, José María Arrúa. A proposta é que depois das discussões, seja assinado o termo de colaboração mútua para o desenvolvimento do turismo do Mercosul, com foco no roteiro jesuítico.

Segundo o Ministério do Turismo, esse roteiro já recebe 250 mil visitantes por ano, englobando também destinos do Uruguai e da Bolívia, e a expectativa é de triplicar o número de visitantes da região brasileira em dois anos. Para isso, uma das contrapartidas do Ministério será com investimentos na sinalização dos atrativos locais, conforme vem sendo discutido com o Iphan, a fim de valorizar as cidades históricas turísticas no Rio Grande do Sul.

O Estado é o maior repositório das Missões Jesuíticas do Brasil e representa um ponto importante na proposta de roteiro, por sua proximidade e facilidade de integração com os outros países do Mercosul, em especial a Argentina. A superintendente do Iphan-RS explica que as ações de preservação do patrimônio cultural das Missões começaram ainda na criação do Iphan, em 1937, e que associá-las ao turismo cultural é um passo importante. “Nossa ideia é estabelecer um itinerário turístico que traga, além de cultura e conhecimento, dividendos e dinâmica econômica para o Brasil e os outros países do Mercosul”, afirma Juliana. 

Missões Jesuíticas no Brasil
São Miguel das Missões foi o local de uma das missões jesuíticas que compreendiam os 30 povos indígenas entre Brasil, Argentina e Paraguai durante a colonização portuguesa e espanhola. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes dos Sete Povos das Missões e a visita resultou no tombamento, pelo Iphan, em 1938, dos remanescentes das Missões. Em 1983, o sítio arqueológico de São Miguel foi declarado Patrimônio Mundial Cultural pela Unesco e em 2009 foi criado o Parque Histórico Nacional das Missões, que reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e o de São João Batista. O Iphan também inscreveu, em 2014, o bem imaterial Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani no Livro de Registro de Lugares. A Tava Miri São Miguel Arcanjo é entendida como lugar de importância e referência cultural, pois converge significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de São Miguel Arcanjo. 

As Missões Jesuíticas Guaranis - um sistema de bens culturais transfronteiriços em território do Brasil e da Argentina - compõem-se de um conjunto de remanescentes dos povoados implantados em área originalmente ocupada por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da Coroa Espanhola na América, durante os séculos XVII e XVIII. Representam importante testemunho da ocupação do território e das relações culturais que se estabeleceram entre os povos nativos, na maioria da etnia Guarani, e missionários jesuítas europeus.

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