O Dia da Consciência Negra e o reconhecimento do Patrimônio
O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, traz a reflexão sobre a igualdade entre raças e a importância da liberdade e diversidade cultural. As heranças culturais afrodescendentes, são importantes marcos para a construção do Patrimônio Cultural Brasileiro. O povo negro, que lutou durante séculos em busca da liberdade e igualdade, faz parte da formação sociocultural brasileira. As influências das matrizes africanas presentes na dança, culinária, saberes, musicalidade, artes cênicas e plásticas e no modo de vida, são parte da história do país, de modo que preservar esses bens de influência afro, é também preservar nossa cultura e identidade histórica.
O Instituto do Patrimônio Histórico e nacional (Iphan), protetor da cultura brasileira em seus tesouros edificados, na criatividade aplicada na arte, nos ofícios que se perpetuam, nos costumes e tradições, na história ancestral, trabalha fortemente pela preservação dos bens e da memória cultural dos afrodescendentes no Brasil. Essas ações tornam possível que as raízes do Patrimônio Cultural Brasileiro sejam lembradas e reverenciadas com a devida importância.
Celebrações do Dia da Consciência Negra
No estado de Alagoas, as comemorações do Dia da Consciência Negra se iniciaram com a Certificação da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do MERCOSUL, oficializada no último dia 11. Além da exposição Carrancas do artista plástico mineiro Paulo Nazareth, inaugurada no último dia 06, que também faz parte da programação do mês da Consciência Negra.
O Parque Memorial Quilombo dos Palmares terá uma série de atividades no dia 20 de novembro. Entre elas, será empossado o Comitê Gestor do parque, formado por membros do Iphan, Fundação Cultural Palmares, Estado de Alagoas, Prefeitura de União dos Palmares e sociedade civil. Na abertura, haverá um cortejo com 300 religiosos que seguem religiões de matrizes africanas.
O resgate da memória africana no Brasil
Entre as diversas ações implementadas pelo Iphan para a preservação e valorização da cultura de matrizes africanas no Brasil, a mais recente é o reconhecimento do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ), como Patrimônio Mundial. Retirados a força de sua terra natal, os negros escravizados chegaram ao Brasil por volta do século XVI, através de navios negreiros sendo o Cais do Valongo a principal porta de entrada durante o regime escravocrata. A partir de 1774, por determinação do Marquês do Lavradio, Vice-Rei do Brasil, o desembarque de escravos no Rio foi integralmente concentrado na região da Praia do Valongo, onde cerca de um milhão de escravos chegaram através do Cais, e foi instalado o mercado de escravos na região.
O Sítio Arqueológico do Cais do Valongo não só representa o principal cais de desembarque de africanos escravizados em todas as Américas, como é o único que se preservou materialmente. Por sua importância e valor histórico, a UNESCO reconheceu o local como Patrimônio Cultural da Humanidade, contribuindo para a preservação de um local que representa a história do povo negro no Brasil, e reconhecendo seu valor como um marco que, apesar do processo escravagista, teve uma grande contribuição para o processo de desenvolvimento cultural econômico e social do país.
Mais bens protegidos
O Iphan também preserva outros bens de matrizes africanas que estão inscritos no Livro de Registro dos Saberes, para os conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; no Livro de Registro de Celebrações, para os rituais e festas que marcam vivência coletiva, religiosidade, entretenimento e outras práticas da vida social; no Livro de Registros das Formas de Expressão, para as manifestações artísticas em geral; e no Livro de Registro dos Lugares, para mercados, feiras, santuários, praças onde são concentradas ou reproduzidas práticas culturais coletivas. Entre eles estão:
Samba de Roda do Recôncavo Baiano
Ofício das Baianas de Acarajé
Jongo no Sudeste
Tambor de Crioula do Maranhão
Matrizes do Samba no Rio de Janeiro: Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba-enredo
Roda de Capoeira
Ofício dos Mestres de Capoeira
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