Alerta: Obras do artista uruguaio Pedro Figari são roubadas
Artista uruguaio consagrado, Pedro Figari foi um dos expoentes do modernismo na América Latina no século XX. No último dia 12 de março, quatro obras de sua autoria foram roubadas, segundo relato do Ministério da Educação e da Cultura do Uruguai. Não há informações sobre os títulos e dimensões dos quartos. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) colabora com o país vizinho na divulgação dessas obras, com o objetivo de prevenir os negociantes de obras de arte brasileiros caso uma das peças apareça no mercado nacional. Dessa forma, o Brasil também contribui no combate ao tráfico internacional ilícito de bens culturais, que causa prejuízos para o Patrimônio Cultural em todo o mundo.
Obras roubadas
Uma das pinturas desaparecidas retrata personagens em uma paisagem rural. Ao centro, três mulheres conversam com roupas ocre, verde e marrom. À direita encontra-se um homem de sombreiro sentado sobre uma pedra. Já à esquerda, na margem superior há duas mulheres e na margem inferior um cachorro. | |
A segunda obra apresenta uma mulher negra sentada abanando-se, trajando roupas ocre. Destaca-se no quadro o sorriso branco da personagem, as calças em tons marrons e verdes. A mulher calça alparcatas brancas. Ao fundo, há uma janela com um vaso de flores vermelhas, com um bastão abaixo. | |
Outro quadro traz uma árvore com dois troncos cercada por pessoas e animais. O céu é azul celeste e entre os dois troncos há cemitério. À esquerda, está representada uma vaca marrom. Ao centro, três mulheres. À direita, um homem está encostado no tronco, com roupas brancas e chapéu preto. Ao seu lado encontra-se um cavalo marrom com manchas bracas. | |
A última peça roubada representa uma festa de Camdombe. Ao centro um casal dança, o homem em terno marrom e a mulher com vertido rosa e branco, se abanando com um leque. Em torno, cerca de oito pessoas dançam e tocam instrumentos musicais. |
Em caso de suspeita ou informação sobre peças que apresentem semelhanças às descritas acima, o fato deve ser comunicado ao Iphan pelo e-mail cnart@iphan.gov.br.
Compra segura de objetos de arte e antiguidade
Negociantes e público em geral devem estar atentos à procedência das peças que pretendem adquirir. Sem cuidados adequados, é possível a compra inadvertida de peças furtadas ou roubadas, especialmente de arte religiosa. Para contribuir no combate a esse mercado ilegal, existem ações preventivas simples, como a checagem da procedência e, em caso de dúvidas ou alguma suspeita, consulta ao Iphan e ao Instituto Brasileiro de Museus/Ibram e suas bases de dados disponíveis.
Esses cuidados podem evitar o envolvimento do comprador ou negociante em crime de receptação do Patrimônio Cultural Brasileiro roubado, furtado ou obtido por tráfico internacional de obras de artes – conduta descrita nos artigos 155 do Código Penal e 180 do Decreto-Lei Nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (trata da receptação de bem furtado), e no Art. 62, da Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (versa sobre destruição e/ou deterioração de bens culturais).
CNART
Todos os negociantes de obras de arte e antiguidades, inclusive leiloeiros, devem se cadastrar no Cadastro Nacional de Negociantes de Antiguidades e Obras de Arte (CNART). O cadastramento é feito online e reúne dados pessoais dos interessados. O Cadastro protege o negociante de ser envolvido inadvertidamente em crimes de receptação de bem furtado e de lavagem de dinheiro por meio de obras de arte.
Mais informações
Cadastro Nacional de Negociantes de Antiguidades e Obras de Arte
cnart@iphan.gov.br