PRMFA: Unindo o passado e o futuro do Patrimônio Cultural Brasileiro
Uma grande festa, reunindo a diversidade da cultura brasileira, vai celebrar os 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E a cidade escolhida para as celebrações, que acontecem de 24 a 27 de outubro, foi o Rio de Janeiro, que além de grande número de bens protegidos – tombados e registrados em nível federal – é também Patrimônio Mundial por sua Paisagem Cultural Urbana.
Um dos destaques da programação é a cerimônia de entrega do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, a mais importante premiação do país voltada para ações de valorização, promoção e preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Nesta 30ª edição, o Prêmio, promovido pelo Iphan, contemplou oito projetos dos estados do Amapá, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Durante a cerimônia, no dia 24 de outubro, às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Iphan também vai homenagear parceiros, entre instituições e personalidades, que se destacaram nos últimos 80 anos na gestão do Patrimônio Cultural, com a Medalha Mário de Andrade, instituída para celebrar os 80 anos do Instituto. Participam da festa a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, diretores e funcionários da instituição, além de representantes da empresa State Grid e de Furnas Centrais Elétricas, patrocinadores da festa. A plateia, formada por premiados, homenageados e convidados, será agraciada com apresentações culturais de bens registrados, como o Jongo do Sudeste, o Maracatu, o Bumba Meu Boi do Maranhão e a Capoeira. Para encerrar a noite, o palco do Municipal receberá também o show Grande Encontro, com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo.
Os vencedores da 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
Divididos em quatro categorias, os projetos foram selecionados durante a reunião da Comissão Nacional de Avaliação, que ocorreu nos dias 21 e 22 de agosto, em Brasília.
Na categoria I, duas ações de excelência em técnicas de preservação do Patrimônio Cultural foram contempladas. O projeto Arquivo e Testemunho: Acervo da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro, de Porto Alegre (RS), se destacou por preservar, organizar e classificar as obras e documentos que compõem o Acervo de Imagens do Inconsciente da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro. A iniciativa, que alcançou relevância por catalogar esse acervo, também disponibilizou todo material ao público.
Também na categoria I, a ação Retratistas do Morro - Preservação da Memória Visual do Aglomerado da Serra, de Belo Horizonte (MG), ganhou destaque por contribuir para a preservação do patrimônio imagético dos moradores da Comunidade da Serra, a partir da recuperação do acervo fotográfico dos retratistas João Mendes e Afonso Pimenta, que trabalham há quase 50 anos registrando o cotidiano dessa população.
Na categoria II, dois projetos de excelência em processos de salvaguarda do Patrimônio Cultural foram escolhidos. A ação Inventário de Folias Religiosas do Amapá apresenta uma densa pesquisa, visando o fortalecimento dessas manifestações como prática tradicional da cultura popular, expressão devocional de festas de santos católicos.
O outro vencedor da categoria II, o projeto Acervo Maracá, de São Paulo, se destacou por, desde 1991, reunir milhares de registros audiovisuais de tradições populares brasileiras de 15 estados do Brasil, contando com mais de cinco mil horas de registros audiovisuais e 50 mil fotos de tradições populares.
Duas iniciativas que objetivam comunicar, interpretar, divulgar, difundir e educar sobre o Patrimônio Cultural, material e/ou imaterial, para as atuais gerações, foram escolhidas na categoria III. O projeto Encontro Mestres do Mundo, do Cearátorna possível, desde 2006, a vivência da diversidade cultural e a troca de experiências com os mestres da cultura cearense. A iniciativa incentiva a transmissão de saberes e fazeres de homens e mulheres que, na sobrevivência de seu cotidiano, desenvolveram técnicas, ofícios, brincadeiras, rezas e alimentos, garantindo a tradição e a memória de seus ancestrais.
A ação Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória, de Minas Gerais, também vencedora da categoria III, se destacou por recuperar e preservar o patrimônio imaterial da cultura quilombola no Brasil. O projeto permitiu a recuperação e o registro das manifestações culturais, histórias, religiosidade, gastronomia e outros aspectos da cultura afrodescendente. O trabalho resultou em um livro impresso, 30 vídeos de curta-duração, um banco de imagens e um portal na internet.
Na categoria IV, duas ações que visam valorizar e promover iniciativas que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação e/ou salvaguarda do Patrimônio Cultural brasileiro foram vencedoras. O projeto Porto Digital, de Recife (PE), é um parque tecnológico urbano. Fundado em 2000, resume uma política criada para inserir o estado de Pernambuco no cenário tecnológico global, com foco nos segmentos econômicos nas áreas de tecnologia da informação e comunicação e economia criativa.
A ação Patrimônio em processo: restauração do Espaço Comum Luiz Estrela, também de Belo Horizonte (MG), ganhou destaque por aplicar um conjunto de ações preservacionistas, focado no compromisso social, na mobilização comunitária e investimento no potencial humano e comunitário. A iniciativa realiza um trabalho de restauração de um prédio histórico abandonado, transformando o local num ponto de cultura, onde são realizadas atividades de formação cultural.
Rodrigo Melo Franco de Andrade
A premiação é uma homenagem ao primeiro presidente do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade, que esteve à frente do Instituto desde sua criação, em 1937, até o ano de 1967. Advogado, jornalista e escritor, Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 1898, em Belo Horizonte.
Redator-chefe e diretor da Revista do Brasil, iniciou a vida política como chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. Entre 1934 e 1945, período em que Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo Melo Franco de Andrade integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de Arte Moderna, de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil.
Celebrando os 80 anos da Política do Patrimônio Cultural Brasileiro
O Iphan é uma das mais longevas instituições públicas do Brasil e a primeira dedicada à preservação do patrimônio cultural na América Latina. Ao longo dessas oito décadas, a política nacional de patrimônio foi expandida e se relaciona hoje com diversos campos como gestão urbana, gestão ambiental, direitos humanos e culturais – atuando desde o poder de polícia até a educação, formação profissional e pesquisa, e crescente envolvimento internacional.
Para celebrar, muito mais que olhar sua própria trajetória, o Iphan quer projetar os próximos 80 anos. Para isso, teve início uma forte aproximação com diversos parceiros da iniciativa privada, do poder público e da sociedade civil, visando a integração com outras políticas públicas, como educação, saúde e turismo, com o foco na melhoria da qualidade de vida da população.
Para intensificar esse diálogo, nos dias 26 27 de outubro, no auditório do Museu do Amanhã, o Iphan promove o Seminário Internacional O Futuro do Patrimônio, cujo objetivo é refletir sobre a evolução da política de preservação e a gestão do Patrimônio Cultural. O evento, que conta com o patrocínio do BNDES e da Vale, vai reunir especialistas de todo o mundo para trocar experiências e debater um modelo sustentável para a gestão patrimonial.
Na agenda do primeiro dia do Seminário Internacional O Futuro do Patrimônio, 26 de outubro, está o lançamento da edição comemorativa da Revista do Patrimônio, referente aos números 35 e 36. A publicação – que também completa 80 anos – reúne artigos de especialistas na área, trazendo contribuições capazes de agregar conteúdo à discussão sobre a gestão do Patrimônio Cultural.
O Grande Encontro
Em um dos mais aclamados espetáculos da música brasileira, o trio, formado por Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, traz algumas surpresas e uma nova roupagem. Se o show original possuía um formato acústico, com versões que recriavam a mística do cancioneiro com intimismo e delicadeza, o novo espetáculo incorpora uma sonoridade elétrica e percussiva. Esbanja energia sem perder a ternura. Anunciação, Banho de Cheiro, Dia Branco, Tropicana, Moça Bonita, Caravana, La Belle de Jour, Canção da Despedida, Coração Bobo, Táxi Lunar, Bicho de Sete Cabeças, entre outros clássicos, estão no repertório. Zé Ramalho marca presença autoral por meio da voz de seus companheiros, nas canções Chão de Giz e Frevo Mulher.
A banda
Alceu, Elba e Geraldo cantam ao lado de Marcos Arcanjo, Paulo Rafael (violões e guitarras), Ney Conceição (baixo), Meninão (sanfona), César Michiles (flauta), Anjo Caldas (percussão) e Cássio Cunha (bateria), com direção de André Brasileiro.
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