Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade: ganhadores celebram em Belém (PA)
Cartão-postal e ícone da cidade de Belém (PA), o Theatro da Paz foi o palco da grande festa do Patrimônio Cultural Brasileiro. No último dia 09 de novembro, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade reuniu na capital paraense os representantes das oito ações vencedoras de 2018, reconhecidas por promoverem a proteção, preservação e divulgação do rico Patrimônio Cultural de todo o país.
Já na 31ª edição, a premiação promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) homenageou este ano o rico e exuberante Patrimônio Cultural da região Norte, consolidando a proposta de promover uma série de ações voltadas para o Patrimônio Cultural do Norte do país, implementada pelo Iphan desde o início do ano. A festa em Belém apresentou algumas das tradicionais manifestações da cultura, representando os sete estados do Norte com suas cores, sua força e seu ritmo.
A riqueza e a diversidade cultural entram em cena
Os oito premiados deste ano vêm de vários cantos do Brasil. São projetos que se destacaram por sua contribuição com a promoção, valorização, proteção e gestão do Patrimônio Cultural Brasileiro. A força e a importância do Patrimônio Arqueológico podem ser vivenciadas com o Projeto OCA - Origens, Cultura e Ambiente (PA), do Museu Paraense Emílio Goeldi (PA), que desenvolveu ações na pequena Gurupá, onde pesquisadores e comunidades passaram a vivenciar o Patrimônio Cultural e, juntos, realizaram uma construção multivocal de sua história.
No Centro Histórico de Belém, a ação Circular Campina Cidade Velha (PA), da Kamara Ko Fotografias, uma rede de moradores, visitantes, artistas e amantes das artes mobilizada em um circuito cultural, nos bairros Campina e Cidade Velha. O projeto enche as ruas de vida, e difunde a ideia de que a cidade é para ser vivenciada, pois parceiros institucionais e produtores culturais abrem suas portas para que as pessoas se apropriem dos espaços urbanos.
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade também trouxe esse ano um outro exemplo do que é capaz uma comunidade unida. Em São Paulo (SP), o Projeto Vila Maria Zélia – 100 anos, da Associação Cultural Vila Maria Zélia, celebrou os 100 anos da fundação dessa vila operária e, mais do que isso, debateu sua história e atual situação enquanto patrimônio histórico da cidade de São Paulo. As 210 famílias da pequena Vila transformaram suas memórias em um Centro Cultural, em livro, filme e exposição.
Do Recôncavo Baiano veio o Projeto Restauração e Revitalização da Fazenda Engenho D’Água (BA) que, com a obstinação de Mário Augusto Nascimento Ribeiro e sua família, restaurou a fazenda e tornou o Patrimônio Cultural acessível, viável e autossustentável. Renascida das ruínas, a propriedade é hoje referência de sustentabilidade econômica para a região. Outro vencedor que visa a integração da sociedade com a gestão do pública é o projeto Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) que cria um espaço de debates interdisciplinares e interinstitucionais sobre as diversas questões essenciais para a compreensão e difusão das formas de valorização, reconhecimento preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural de Pernambuco.
Aquelas que, a princípio, parecem simples ações corriqueiras, mas que são de grande importância no dia a dia dos brasileiros, também estão representadas entre os vencedores. No Pará, o projeto Letras que Flutuam, da Mapinguari Comunicação Visual, identificou, entrevistou e registrou os artistas que abrem letra de barco, uma prática tradicional e particular de escrever os nomes dos barcos que navegam pelos rios da região. No Ceará, foi o Conselho Indígena Tremembé de Almofala (CITA) que desenvolveu o projeto II Caravana do Museu Indígena Tremembé e, desta forma, contribuiu para a preservação da memória, do Patrimônio Cultural e para a difusão da cultura dos povos indígenas do Ceará, por meio da realização de uma série de oficinas, palestras, rituais sagrados, danças e apresentações artísticas. Já os sons que povoam a vida dos sertanejos estão reunidos no projeto Sonário do Sertão (PE e BA), onde a pesquisadora Camila Machado Garcia de Lima trouxe ao conhecimento de todos os sons do cotidiano, da natureza, de práticas religiosas, de narrativas dos sertanejos, ladainhas e músicas como uma harmoniosa orquestra que torna os sons do sertão um retrato de seu Patrimônio Cultural.
Os oito projetos vencedores estavam entre os 302 que se inscreveram em todo o país para participarem desta edição da premiação. Entre elas, 94 foram selecionadas para a etapa nacional da premiação. Os finalistas recebem o prêmio de R$ 30 mil, troféu e o Selo do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade – 2018, além de serem tema da Revista da 31ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, publicação que será distribuída em Belém e nas Superintendências e Escritórios Técnicos do Iphan em todo Brasil.
Uma semana inteira dedicada ao Norte do país
A cerimônia do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade em 2018, que teve o patrocínio da Vale e apoio à realização do evento da Xingu-Rio Transmissora de Energia (XRTE), segue a proposta de itinerância da festa com o objetivo de levar a todas as regiões brasileiras a possibilidade de participar das comemorações. Este ano, a cidade de Belém foi a escolhida confirmando a ação do Iphan em discutir, valorizar e promover o Patrimônio Cultural do Norte do país.
Reunindo Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, a região Norte possui dezenas de edificações e monumentos protegidos pelo Iphan, mais de cinco mil sítios arqueológicos, além de expressões culturais como o Círio de Nazaré, no Pará, e a Arte Gráfica Wajãpi, do Amapá, que são, também, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Parte dessa riqueza e diversidade foi apresentada ao público da cerimônia de premiação em vídeos, apresentações culturais da região e o show da cantora Lia Sophia. A artista traz ao Theatro da Paz uma obra sofisticada e contemporânea, que mistura os ritmos da Amazônia, como o carimbó e a guitarrada, com as batidas internacionais do zouk e do eletrônico, criando uma música original, tropical e dançante.
A grande festa do Patrimônio Cultural Brasileiro foi a última etapa de uma série de eventos e atividades que o Iphan promoveu em Belém entre os dias 05 e 09 de novembro. A cidade também recebeu o Seminário Internacional Gestão do Patrimônio Cultural no Norte; o lançamento de duas novas edições da Revista do Patrimônio; e a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que vai avaliar o tombamento dos Geoglifos do Acre e os registros do Marabaixo (AP) e do Complexo Cultural Boi Bumbá no Médio Amazonas e Parintins (AM).
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