Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade: conheça as ações premiadas
publicada em 24 de agosto de 2015, às 11h09
Oito projetos de sete estados são os vencedores da 28ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. No próximo dia 27 de outubro, eles serão homenageados durante a cerimônia de premiação, que ocorrerá no Clube do Choro, em Brasília. Cada ação vencedora receberá R$ 30 mil e um troféu. A partir deste ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) criou também um selo de reconhecimento. Os premiados poderão utilizar este selo na promoção de seus projetos.
As comemorações começam um dia antes, em 26 de outubro, na sede do Iphan, com a realização de Mesas Redondas onde os representantes dos projetos premiados irão apresentar suas ações, promovendo uma troca de experiência, também, sobre outros temas, como política cultural e gestão. O debate é uma forma de mostrar à sociedade inciativas de excelências na área da preservação do patrimônio cultural e reconhecer os projetos que dão sustentabiidade ao patrimônio cultural. A entrada é aberta ao público em geral.
O anúncio com os nomes dos premiados ocorreu no dia 29 de julho, após dois dias de debates na Comissão Nacional de Avaliação. Os premiados se destacaram entre os 57 projetos selecionados nos estados para a etapa nacional. Cada uma das ações teve o parecer de dois jurados, como forma de contrapor visões e estimular um debate sobre a relevância de cada iniciativa para a gestão compartilhada, proteção, preservação ou salvaguarda do patrimônio cultural brasileira.
O presidente da Comissão Nacional de Avaliação, Luiz Phillipe Torelly, observa que o Prêmio Rodrigo é “o Brasil que não se vê na TV”. Ele ressalta que a premiação, que acontece há 28 anos, mostra a diversidade das expressões brasileiras e o empoderamento da sociedade na atribuição de valor ao seu patrimônio. A jurada Mônica Noleto, representante da Unesco, disse que participar da premiação foi uma experiência rica. "Fiquei impressionada com a qualidade e diversidade dos projetos. Foi uma ótima oportunidade para conhecer melhor a diversidade cultural do país”, completa. Para a jurada Briane Bicca, que já acompanha os trabalhos da Comissão Nacional há alguns anos, cada vez mais a premiação caminha para uma política cultural democrática, com notável apropriação da sociedade civil do conceito ampliado de patrimônio.
Os projetos selecionados nesta edição vieram do Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal, divididos em duas categorias:
Categoria I - Iniciativas de excelência em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas de excelência em preservação e salvaguarda, envolvendo identificação, reconhecimento e salvaguarda; pesquisas; projetos, obras e medidas de conservação e restauro:
1. Documentário Remeiros do São Francisco – remonta a trajetória dos remeiros que do século XVIII até a década de 1950 riscaram as águas do Rio São Francisco.
Estado: Minas Gerais
Proponente: Dêniston Fernandes Diamantino
2. Ilé Omiojúàrò: Patrimônio Cultural – promove ações de preservação da comunidade tradicional de terreiro Ilé Omiojúàrò.
Estado: Rio de Janeiro
Proponente: Beatriz Moreira da Costa – Mãe Beata de Iemanjá
3. Preservação da Tradição e da Cultura do Centro Oeste Goiano através da trilogia de Bariani Ortêncio – trilogia literária que resgata costumes, culinária, saberes tradicionais e referências culturais do Centro-Oeste.
Estado: Goiás
Proponente: Bariani Ortêncio
4. Levantamento das casas enxaimel de Blumenau – ressalta a antiga técnica de construção enxaimel.
Estado: Santa Catarina
Proponente: Paulo Roberto Volles
Categoria II - Iniciativas de excelência em promoção e gestão compartilhada do Patrimônio Cultural: visa valorizar e promover iniciativas referenciais que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, envolvendo todos os campos da preservação e oriundas do setor público, do setor privado e das comunidades:
1. Grupo Uirapuru - Orquestra de Barro – uma orquestra feita com instrumentos de barro transforma a vida de jovens de comunidade do interior cearense.
Estado: Ceará
Proponente: Instituto 3 ARTE – Arte, tecnologia e educação
2. Re(vi)vendo Êxodos – projeto faz um diálogo entre a educação patrimonial e a pesquisa de referências culturais.
Distrito Federal
Proponente: Luis Guilherme Moreira Baptista
3. Do Buraco ao Mundo: Segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena (PE) – os costumes de um quilombo indígena são reconfigurados por jovens locais que misturam tradição e novas linguagens visuais.
Estado: Pernambuco
Proponente: Nivaldo Aureliano Léo Neto
4. Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (GO) – evento que reúne grupos culturais diversos no centro oeste do Brasil.
Estado: Goiás
Proponente: Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge
Continua lindo
A 28ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade presta homenagem à cidade do Rio de Janeiro, com a temática Rio 450 anos – Patrimônio Mundial Paisagem Cultural Urbana. A titulação de patrimônio mundial, concedida pela Unesco, nesta categoria, ocorreu em 2012. São paisagens valoradas mundialmente o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico, a praia de Copacabana, a entrada da Baía de Guanabara, o forte e o morro do Leme, o forte de Copacabana, o Arpoador, o Parque do Flamengo e a enseada de Botafogo.
O conceito de paisagem cultural foi adotado pela Unesco em 1992 e incorporado como uma nova tipologia de reconhecimento dos bens culturais, conforme a Convenção de 1972 que instituiu a Lista do Patrimônio Mundial. Até então, os sítios reconhecidos mundialmente como paisagem cultural relacionavam-se a áreas rurais, aos sistemas agrícolas tradicionais, a jardins históricos e a outros locais de cunho simbólico, religioso e afetivo. O reconhecimento do Rio de Janeiro culminou em uma nova visão e abordagem sobre os bens inscritos na Lista do Patrimônio Mundial.
Rodrigo Melo Franco de Andrade
O Prêmio que chega a 28ª edição foi criado pelo Iphan, no ano de 1987, em homenagem ao primeiro presidente do Instituto. O objetivo é reconhecer iniciativas, desenvolvidas por pessoas e instituições públicas ou privadas que mantém vivo o patrimônio e suas mais diversas formas de expressão.
Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em 17 de agosto de 1898, em Belo Horizonte. Foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil, advogado, escritor e, na política, foi chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. O grupo era formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922. Rodrigo Melo Franco de Andrade comandou o Iphan desde sua fundação, em 1937, até 1967
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